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Apesar das chacinas ocorridas ao longo do ano, como a da Grande Messejana, e da crise no sistema socioeducacional, o Ceará encerrou 2015 com redução no número de homicídios, em comparação com o ano anterior. A informação foi confirmada pelo secretário-adjunto da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), coronel Lauro Prado. Levantamentos da pasta apontam que diminuição anual não ocorria há 17 anos.
O percentual de redução ainda não foi divulgado, pois a SSPDS ainda trabalha na consolidação dos números de dezembro. Segundo Prado, o próprio governador Camilo Santana (PT) irá divulgar o resultado, em entrevista coletiva, com data a definir. Expectativa, porém, é de queda superior à meta de 6%.
Isso porque, mesmo que dezembro repita as estatísticas do mês mais violento do ano — janeiro, com 433 assassinatos — a redução ainda seria de 7,5%. Mantendo-se o patamar de novembro, a queda seria de 9%.
Entretanto, embora inferior 2014 e 2013, o número de homicídios ainda passa de 10 por dia.
Política exitosa
Na avaliação de Prado, a redução alcançada se deve às políticas de segurança que começaram a ser implementadas ainda em dezembro de 2013, quando o então titular da SSPDS, delegado Servilho Paiva, lançou o programa “Em Defesa da Vida”, que trouxe novos métodos de trabalho.
O Estado foi dividido em 18 regiões geográficas, chamadas de Área Integrada de Segurança (AIS). Foi estabelecida a meta de 6% para a redução dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), que incluem homicídios e latrocínios (roubo seguido de morte). Mediante o alcance dos objetivos, os agentes recebem prêmios trimestrais em dinheiro, cujo valor varia conforme a patente e cargo.
“Os policiais absorveram a filosofia do programa. Adaptaram-se à estratégia do mapeamento para, através das ações integradas, conseguirmos direcionar o policiamento, seja Militar ou Civil. Entenderam que não adianta trabalhar isolado. Um complementa o trabalho do outro. E tem dado certo”, avaliou.
Mesmo com o resultado, o coronel defende mudanças no projeto para alcançar novas reduções. “Não estamos satisfeitos. Uma comissão irá avaliar a manutenção da meta e outras medidas, como redefinição das áreas integradas”.
Saiba mais
O programa também estabeleceu meta de 20% para redução dos Crimes Violentos Contra o Patrimônio (CVP), que incluem todos os tipos de roubo (exceto latrocínio). Porém, a medida foi suspensa após uma atualização no sistema de informação das delegacias de Polícia Civil.
Lauro Prado destacou a importância do programa Ceará Pacífico, que inclui diversos órgãos do Estado e da sociedade civil. “A cada ano ficará impossível reduzir as mortes só com ações da Polícia. Agimos nas consequências e não as causas. Daí a importância da questão social do programa”.
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