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Impunidade 26/12/2015

72% dos homicídios não são elucidados no Ceará

Um ano após o assassinato da turista italiana em Jericoacoara, o caso segue sem autor definido. O índice de resolutividade é de 27,85%. Defensor público que trabalhou no caso detalha problemas na investigação
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Jéssika Sisnando jessikasisnando@opovo.com.br
REPRODUÇÃO FACEBOOK
O corpo de Gaia Molinari foi encontrado no dia 25 de dezembro do ano passado. Um ano se passou o autor do crime não foi identificado

Um ano após o corpo da turista italiana Barbara Gaia Molinari, 29, ter sido encontrado na localidade de Serrote, em 25 de dezembro, em Jericoacoara, município de Jijoca, o crime ainda não tem autoria definida. A Polícia Civil do Estado do Ceará informou, por meio de nota, que as investigações continuam, mas os dados não podem ser repassados para não comprometer o andamento do inquérito.

 

O caso de Gaia não é isolado. Considerando somente o ano de 2015, levantamento da Polícia Civil aponta que o índice de resolutividade de homicídios no Ceará foi de 27,85%. Isso significa que 72% dos crimes têm autoria desconhecida. Conforme o órgão, a resolutividade no Ceará é superior à média nacional, em torno de 6%. Ainda segundo a nota, no Ceará, a região Norte é a que possui o melhor índice de elucidação de homicídios, com 48,91%, seguido da Região Sul, com 34% dos casos solucionados. A Região Metropolitana tem 28,3% e Fortaleza 19,10%. Enquanto os crimes não são solucionados, famílias convivem com o sentimento de impunidade.


Dezesseis anos se passaram desde o crime que vitimou Thiago de Sousa Fontenele, 21. No dia 16 de junho de 1999, o estudante do curso de Engenharia Civil voltava de uma comemoração com a namorada quando foi atingido por um tiro na cabeça, na Cidade dos Funcionários. O jovem ainda foi levado ao hospital, mas morreu seis dias depois na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).


Nem mesmo o passar dos anos fez a mãe de Thiago, Joana d’Arc de Sousa Fontenele, 61, esquecer os detalhes. “Chegaram a cogitar envolvimento com drogas, mas, no fim, todos sabem que foi um erro de execução. Iam matar outra pessoa e mataram meu filho. Ninguém veio dar resposta de nada”, lamentou sobre o crime, que segue com autoria desconhecida. Ela recorda que o caso passou por vários delegados e que já não possui esperanças. “Você pode até pensar que não sou normal, mas perdoei quem matou meu filho. Enquanto eu vivia odiando, não vivia em paz. No dia que entreguei a Deus, passei viver em paz”, explicou.


Sem respostas

No dia 23 deste mês, Raimundo Otoni recebeu dezenas de mensagens confortantes nas redes sociais. Já faz um ano e nove meses que o filho, Raphael Lopes Máximo, de 28 anos, foi vítima de latrocínio em Messejana. O rapaz e quatro amigos voltavam de uma festa quando foram abordados por assaltantes. O motorista acelerou o veículo na intenção de fugir, mas os criminosos atiraram e um dos disparos atingiu Raphael, que ainda foi socorrido, mas morreu. O pai diz que, até hoje, não tem respostas. “Quando a gente ia até a delegacia, o delegado explicava como estava o caso. Depois que ele saiu, disseram que só lá no fórum. A gente não sabe, não tem certeza. Fica como se não tivesse acontecido nada”.


Memória

 

21/12/2014. Gaia e Mirian França viajam juntas para Jericoacoara. Previsão de retorno era a véspera de Natal, 24. A italiana retornaria à Capital e Mirian seguiria para Canoa Quebrada. Porém, apenas a carioca apanhou o ônibus.

25/12/2014. Gaia foi encontrada morta em Jijoca, com sinais de estrangulamento.

 

26/12/2014. O laudo da necropsia confirma que Gaia foi morta por asfixia mediante estrangulamento. Mirian presta depoimento na condição de testemunha.

 

28/12/2014. A carioca é levada de Canoa Quebrada até Jericoacoara, onde participa de uma acareação com um italiano, e presta novo depoimento.

 

29/12/2014. Mirian é presa temporariamente por causa de versões “contraditórias” prestadas à Polícia.

 

5/1/2015. Defensores públicos montam uma força-tarefa para libertar Mirian. Eles alegam prisão ilegal. Polícia rebate as acusações.

 

12/1/2015. Corpo de Gaia é levado para a Itália.

 

13/1/2015. O juiz José Arnaldo Soares, da Comarca de Jijoca, revoga a prisão de Mirian, mas determina que ela permaneça na Capital por 30 dias.

 

14/2/2015. Mirian é liberada e volta ao Rio de Janeiro.

 

11/3/2015. Juiz estabelece mais 45 dias para novas investigações.

 

Dia não informado. Pela segunda vez, os autos foram remetidos à Justiça, juntamente com uma solicitação de mais prazo para novas diligências.

 

espaço do leitor
Gervasio Trigueiro 27/12/2015 17:45
Faz um concurso. Depois de aprovado, finge-se que ele foi treinado dar-se uma arma com menor poder de fogo. E diz: Vc é um delegado. Isto é ridiculo. Brasil país do faz de conta.
joao f 26/12/2015 16:22
O crime compensa no Brasil. O ceará virou terra de jagunço, onde tudo é resolvido na bala. O Cid terminou de acabar o que já não prestava. A população é vítima de governos corruptos e incompetentes.
Marcelo Barroso 26/12/2015 16:12
Taí o motivo de tanto assassinato no país... IM PU NI DA DE!!! E fica um jogando a responsabilidade pro outro. Tem jeito nao Brasil!!!!
Célia Regina 26/12/2015 12:21
Esqueceram do caso do desaparecimento do turista argentino que sumiu sem deixar rastros. Todo mundo sabe que Jericoacoara é um centro de distribuição de drogas, lá vende droga até na porta do hotel. E por favor não apaguem meu comentário e tenham a coragem de publicar, tá certo?
SUN TSUN 26/12/2015 12:10
Em primeiro lugar Delegado no Brasil não é policial,'é advogado. Segundo querem o status de Excelência e Salário de marajá. Em sua enorme maioria não chegam nem mesmo no local de crime, que é um dever de ofício. Resumindo é preciso mudar isso o mais rápido possível e formar Delegados a partir de policias que iniciaram suas carreiras na rua sendo promovidos até chegarem a Delegado. ai teremos Delegados Policiais e não Delegados Advogados.
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