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A crise do sistema socioeducativo do Ceará será acompanhada pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) como “caso emblemático” no País. O órgão pretende repercutir em outras unidades federativas as ações sugeridas e executadas no Estado. É a primeira vez que o Estado recebe esse acompanhamento nacional. Três centros serão vistoriados na manhã de hoje; pela tarde, uma audiência pública na Assembleia Legislativa discutirá a problemática.
Serão visitados os centros educacionais Patativa do Assaré, São Francisco e São Miguel, que seriam mais representativos no contexto geral do sistema, argumenta a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, Nadja Bortolotti. De acordo com o órgão, a estimativa é de que, entre 2014 e 2015, tenham acontecido mais de 50 rebeliões nas unidades e fuga de mais de 250 adolescentes. As principais causas apontadas são superlotação, supostas sessões de tortura, problemas estruturais, entre outras violações.
Já em Fortaleza, representantes do CNDH e do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) participaram ontem de uma reunião em que foi apresentada a situação geral do sistema. “Não é só dar visibilidade e fazer pressão, mas também para que os conselhos adotem encaminhamentos e recomendações aos governos locais”, defende Nadja.
Entre as medidas já sugeridas, aponta Mara Carneiro, da coordenação colegiada do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (Cedeca Ceará), estão a declaração imediata do estado de emergência no Ceará e a criação de uma vara específica no Ministério Público para acompanhar os procedimentos de denúncias de tortura.
“Existem outros estados complicados - Pernambuco, por exemplo, tem uma situação bem parecida. Mas o Ceará, pelo número de rebeliões e denúncias de torturados, está tendo esse destaque”, indica Mara.
Situação
No último dia 28 de outubro, O POVO solicitou à Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) o perfil e a situação de seis dos 16 centros socioeducativos coordenados pela pasta para adolescentes em conflito com a lei, mas não obteve essa resposta.
No retorno obtido, entre outros tópicos, a STDS reafirmou que construirá quatro novos centros no Estado nos próximos dois anos, com mais 360 vagas. Somadas às 90 criadas com a inauguração do centro do Canindezinho em setembro, em Fortaleza, a gestão vai elevar a disponibilidade em 70%, de 641 para 1.091.
Saiba mais
Agravamento
Na semana em que a crise no sistema socioeducativo no Ceará ficou mais evidente,no mês de outubro, foram pelo menos dez episódios conflituosos em cinco dias, segundo levantamento do Cedeca Ceará.9/10 Tentativa de fuga no São Miguel. Adolescentes serraram as grades, mas foram contidos.
13/10 Rebelião no Passaré. Apenas sete dos 24 dormitórios permanecem em funcionamento. Cinco adolescentes fugiram.
14/10 Novo episódio no Passará, desta vez pelo agravamento da superlotação e amontoamento nos dormitórios. No mesmo dia, rebelião no Dom Bosco com queima de colchões.
15/10 Rebelião no São Francisco, com tentativa de fuga. Há investigação no MP de que os instrutores teriam golpeado adolescentes na cabeça com barras de ferro.
16/10 Novo início de tumulto no Dom Bosco. No mesmo dia, rebelião no Passaré, de onde fugiram seis adolescentes.
17/10 Novos episódios no Dom Bosco (dos 16 dormitórios, restaram apenas cinco) e São Miguel (fuga de dois adolescentes)
19/10 Adolescentes fazem greve de fome no Centro Educacional Cardeal Aloisio Lorscheider devido às condições.
852 adolescentes estão abrigados nos dez centros da Capital, cuja capacidade é para 590
90 dias é o prazo dado pela Justiça, no último dia 19, de suspensão da internação de adolescentes apreendidos no Interior
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