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A banda estava chegando, e o refeitório decorado aguardava mais gente. Mas Antônia Carneiro, 53, não conseguiu esperar. Rodopiou ao ouvir marchinhas carnavalescas ainda em CD, com o cuidado de não borrar a maquiagem ou desajeitar o lenço rosa. “Vem do coração a alegria, comigo não tem barreira. Deus me dá o conforto”, explicou enquanto dançava. Antônia é um dos 45 pacientes abrigados na Nossa Casa, que hospeda pessoas do Interior em tratamento no Centro Regional Integrado de Oncologia (Crio), no bairro Álvaro Weyne.
Vinda de Coreaú (a 299 quilômetros de Fortaleza), ela está há um mês na casa de apoio enfrentando o câncer de mama com a radioterapia. Na manhã de ontem, logo viu a animação se multiplicar com a chegada dos músicos do Boca Folia e de convidados para o baile de Carnaval da entidade. E foi difícil se aquietar. Com estandartes e roupas floridas, os grupos de apoio a pacientes trouxeram rei momo, princesa e rainha para o Carnaval.
A festa foi organizada pela Associação dos Amigos do Crio (Assocrio) e é tradição entre voluntários e ex-pacientes há pelo menos 11 anos. Antes abrigado na casa, Antônio Costa, 59, voltou ontem para curtir o baile pela quinta vez. Quem também repetiu a dose foi a aposentada Maria Tereza Paula, 65. Mastectomizada há três anos, ela conta que a convivência com o grupo Amigas do Peito inspira a aproveitar melhor a vida. “Há uns 30 anos eu não brincava Carnaval. Ainda não pulo muito, só vou no ritmo. Mas me sinto mais leve este ano”, confessou.
Proporcionar momentos de lazer é uma das formas de ajudar os pacientes. “Nosso objetivo é tirar da rotina do tratamento e da doença e trazer a socialização, principalmente para quem é do Interior e está sozinho aqui”, explicou Daniele Castelo Branco, vice-presidente da Assocrio. Além de eventos nas datas comemorativas, a entidade promove passeios para os ex-pacientes. “Mostramos que a vida continua e queremos que elas não associem Fortaleza à dor e à tristeza”, comentou Daniele.
Comoção
Depois de marchinhas e brincadeiras, os foliões levaram a festa para o Crio. O desfile e as marchinhas emocionaram familiares e pacientes nas salas de espera. O percurso se estendeu também à sessão de quimioterapia. A auxiliar administrativa Patrícia Lima, 31, fez questão de conversar e deixar mensagens de esperança. Uma fé que ela mesma tem em encontrar um doador de medula óssea. Há um ano, Patrícia se trata de leucemia mieloide crônica e de leucemia mieloide aguda. A confiança é uma das aliadas na luta. “No dia que achava ser o fim da minha vida, encontrei as meninas do Amigas do Peito. Foi quando renasci. Hoje, não tenho vergonha de estar careca. Tenho vergonha é de não viver. Digo agora que tenho o câncer, mas o câncer não me tem”, resumiu.
Serviço
Assocrio
Para ajudar com doações ou trabalho voluntárioEndereço: rua Francisco Calaça, 1300, Álvaro Weyne
Telefone: (85) 3521 1537
Multimídia
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