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Não é dia de celebração, mas a Igreja do Rosário, no Centro da Capital, permanece ocupada. Por ali, católicos curvam a espinha em direção ao altar após percorrer parte da Praça General Tibúrcio (dos Leões). Equilibram nas mãos as sacolas e o terço, ajoelham-se e rezam. O ranger dos tacos de madeira anuncia, a cada passo, a chegada de fiéis. Talvez a prece de nenhum deles seja destinada à alma dos 54 corpos que se guardam em espécie de cemitério por baixo do rústico assoalho.
Era julho de 2001 e o templo dedicado à Nossa Senhora do Rosário passava por obras de restauro. Durante os serviços, percebeu-se que havia, debaixo do piso principal, um outro pavimento com diversas divisórias. A curiosidade impulsionou a abertura dos espaços e a posterior descoberta: pessoas foram enterradas naquele chão.
“Quando a gente conta essa história todos ficam muito admirados”, comenta o agente pastoral Paulo César Marques, 44. É ele quem acompanha as pessoas que cruzam as grandes portas a fim de conhecer a igreja. Da boca de Paulinho, como prefere ser chamado, a história do lugar se desenrola com a naturalidade de quem se repete.
Ele conta que o templo foi erguido nos idos de 1730 pelas mãos de escravos, fala do cemitério achado sob o chão sagrado e aponta para a lateral esquerda do altar, onde também está sepultado - este, na parede e em pé - João Facundo de Castro Menezes, o major Facundo.
Por vontade da família, o corpo foi posicionado como que olhando para onde funcionava o Palácio do Governo; hoje, o local abriga a Academia Cearense de Letras (ACL). A escolha foi espécie de provocação a José Joaquim Coelho, então presidente da província (cargo equivalente a governador do Estado), que foi apontado como mandante da morte de Facundo. O major era seu vice e lhe fazia feroz oposição.
Outros locais
Na Catedral Metropolitana de Fortaleza, seis bispos e dois monsenhores estão sepultados em espaço chamado Sala da Ressurreição. Quem ensina o caminho é o bombeiro hidráulico Albertino Bento de Menezes, 45. De tanto levar visitantes para o local, acabou percebendo a coincidência: quatro dos religiosos morreram em dias 14. Albertino também relembra que ali estão dom Antônio de Almeida Lustosa, responsável pelo desenhos do vitral do templo, e dom Manoel, que projetou parte do espaço.
Ainda mais distante, próxima ao Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esportes (Cuca) do Mondubim, a Capela de Santo Antônio abriga os corpos das irmãs Florência e Maria Monteiro Mamede. As duas morreram na década de 1880. Segundo a responsável pelo templo, Rosa Maria da Silva, carta de antigo proprietário das terras do bairro diz que as duas morreram de febre amarela, doença que, naquele tempo, era de difícil cura. E nada mais se sabe.
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