Solidariedade de voluntários em meio à tragédia
Diante da dimensão do acidente, muitas foram as pessoas que ajudaram no processo de assistência às vítimas. Profissionais relataram dificuldades
No local do acidente, muitos cidadãos se dividiam entre a curiosidade sobre a tragédia e a necessidade urgente de ajudar. Foi a solidariedade que fez dezenas de pessoas colocarem luvas e máscaras para auxiliar os profissionais na remoção dos corpos e organizar a situação na BR-020, onde o ônibus tombou.
Da cabine aberta de um dos dois tratores usados para levantar o ônibus, Antônio Carlos Januário de Abreu observava o cenário do acidente que vitimou 19 pessoas, número divulgado até a noite de ontem. Ele, que mora em Canindé e trabalha com máquinas pesadas, correu para pegar um dos tratores para auxiliar no levantamento do ônibus, antes mesmo de qualquer pedido. Usando máscara distribuída por empresários locais, ele comentou que ainda viu várias pessoas sendo socorridas, além de muitos corpos que estavam embaixo do veículo tombado.
Todos ao trabalho
A secretária da saúde de Canindé, Aline Macedo, ressaltou que a atenção dada às vítimas só foi possível porque contou com o apoio de diversos profissionais. Funcionários do Hospital Regional São Francisco que estavam de folga atenderam prontamente aos pedidos de ajuda e foram trabalhar para dar assistência à grande quantidade de vítimas.
Fernando Batista, que trabalha como garçom em Canindé, contou que estava indo para um sítio próximo, viu a situação e parou para ajudar, quando o ônibus ainda estava tombado. “A gente tentou ajudar de todos os jeitos. São cenas que a gente vai levar para o resto da vida. Eu nunca tinha visto nada parecido”, disse.
O diretor da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) em Canindé, Paulo Granjeiro, explicou que o trabalho estava contando com a equipe completa que atendeu aos chamados, além dos que se voluntariaram para auxiliar no difícil processo.
“Para os profissionais, lidar com situações extremas faz parte do treinamento, mas a prática se mostrou muito pesada”, comentou Paulo. Principalmente, porque, entre os que ajudavam, havia amigos, familiares e colegas das vítimas.
Além do cansaço pelo trabalho intenso, não foi raro ver na sede da Pefoce, no hospital e no local do acidente, profissionais emocionados com a tragédia. (Samaisa dos Anjos)
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