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A Grande Fortaleza, que registrou média de sete homicídios a bala por dia no primeiro quadrimestre do ano, pede socorro. “Já sofri oito assaltos no meu trabalho, arma na minha cabeça. Não sou a mesma. Meu sistema nervoso está alterado. Até tentei mudar de emprego, mas meu pouco estudo não permite”, relata uma jovem, que, de tanto medo da Cidade, pediu para não ser identificada.
Levantamento mostrado na edição de ontem revelou que a Perícia Forense do Ceará registrou 873 mortes a bala em Fortaleza e Região Metropolitana entre janeiro e abril. O POVO conversou com representantes de vários setores para saber como a sociedade avalia os números crescentes da violência.
Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Roberto Sérgio Ferreira, os governos estão tomando atitudes, mas ainda não são suficientes. Fazendo coro, o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra, diz que “são importantes os avanços que o Governo teve, mas a criminalidade tem mostrado mais capacidade de se renovar, do que a capacidade que a Polícia tem de investir”.
O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Freitas Cordeiro, se preocupa com o aumento dos homicídios. “Essa violência reflete não só no comércio, mas em toda a sociedade”, lamenta. Para ele, existem verbas sendo empregadas, mas “não conseguimos resultados práticos”.
O presidente do Sindiônibus, Dimas Barreira, diz que todos os mecanismos para conter a violência nos coletivos já foram implantados. Apesar disso, o índice de assaltos teve crescimento. “Queremos incentivar o uso de crédito eletrônico. Para ter menos dinheiro circulando. Mas essa não é a solução, pois o problema não está só nos ônibus. Está na Cidade”.
Movimentos
Acompanhando o ritmo de insegurança que se alastra, surgiram movimentos combatentes. Um dos criadores do Fortaleza Sem Medo (grupo do Facebook), Bosco Couto, diz que os índices da Capital superam cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Para ele, existem soluções, mas não são rápidas. “Algumas podem ser feitas logo; outras só em logo prazo”.
Entre as representações religiosas, o clima é mais esperançoso. De acordo com o presidente da Ordem dos Ministros Evangélicos do Ceará, pastor Francisco Paixão, jogos eletrônicos induzem ao comportamento violento desde a infância. Já o padre Clairton Alexandrino, pároco da Catedral Metropolitana, lembra que a pobreza é um fator determinante. “A sociedade de consumo é um estímulo”. O presidente da Federação espírita do Ceará, Luciano Klein, afirma que a solução é investir em educação.
O assunto provocou discursos na Câmara Municipal de Fortaleza. Para o vereador Gelson Ferraz (PRB), a notícia de que 837 mortes a bala foram registradas mostra que a situação “não é uma guerra, porque a guerra já foi perdida. É uma carnificina”. Já o vereador Adail Júnior (PV) pediu a demissão do secretário da Segurança Pública do Estado, Francisco Bezerra. (colaboraram Bruno Pontes, Cláudio Ribeiro, Sara Rebeca Aguiar e Thiago Paiva)
A SSPDS continuou ontem sem responder ao email enviado pelo O POVO na última sexta-feira, 3, para que comentasse sobre os índices de violência apresentados.
Fala, internauta
A manchete do O POVO de ontem, “873 mortes a bala em 4 meses”,esteve entre as mais lidas do O POVO Online. No Facebook, foram registradas 781 compartilhamentos e 84 comentários até as 20 horas:
Desse jeito vou acabar mudando de cidade. Tá horrível! Taiwan Alexandre
Será que é uma guerra civil? Que providência será tomada? As guerras matam bem menos! Eloisa Alves
Isso sim é uma epidemia e não vejo atitude nenhuma dos governantes para curar essa doença chamada violência
Bia Valéria
873
pessoas foram mortas a tiros em Fortaleza e Região Metropolitana, apenas entre janeiro e abril de 2013, segundo a Perícia Forense
7
mortes a bala é a média/dia atual de vítimas da violência na Capital. Em 2011, nesse mesmo período, a média/dia era quatro
Depoimentos
Outra realidade
“Fui vendedor por 24 anos e, agora, taxista há cinco anos. Nunca tinha sofrido nada, até ser assaltado dentro de casa, durante uma festa e, noutra vez, a meio quarteirão de casa. A realidade mudou e muito por causa da impunidade”.
Alexandre Pita, 46, taxista, morador da Cidade dos Funcionários
Refém dos bandidos “Não existe mais lugar seguro em Fortaleza. Estamos reféns dos criminosos. Eu só ando assustada, todo mundo é suspeito. Sinto medo até de quem passa de moto por mim. Tenho três filhos e temo pela vida deles”.
Sandra Regina Lucena, 52, moradora do José Bonifácio
Não mais só “Já perdi as contas de quantas vezes eu fui assaltada. Em um dos assaltos, fui cortada no rosto. Não ando mais no Terminal da Parangaba, porque já fui assaltada lá. Não saio mais só e meus pais sempre vão me pegar nas paradas de ônibus”.
Tayrane Santos, 18, moradora do Antônio Bezerra
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