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O Brasil tem cerca de 270 unidades hospitalares credenciadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) para garantia de tratamento de pacientes com câncer. A informação é de Cláudio Noronha, do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Esses espaços, porém, não estão acessíveis, por exemplo, para pacientes que vivem no Sertão Central cearense. Na região, não há uma Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon).
A falta desse tipo de serviço reflete nas informações apresentadas pelo estudo do Lacog sobre o alto índice de mortalidade pelo câncer na América Latina. É certo que há outras regiões do planeta com mais casos, mas, por aqui, morre-se mais pela doença. E mortalidade, em caso de câncer, é reflexo de diagnóstico tardio. E diagnóstico tardio é reflexo da falta de acompanhamento cotidiano da saúde, que pode ser causado pela falta de acesso a serviços de saúde.
“Temos um grande número de cidades sem serviços médicos adequados. E, mesmo quando tem médicos, alguns deles não foram treinados suficientemente para entenderem sinais precoces do câncer”, lamenta o médico e professor Luiz Porto, coordenador do Comitê Estadual de Controle de Câncer.
A situação é reconhecida por Cláudio Noronha como “principal desafio” quando olhamos para o futuro do câncer. Noronha é coordenador de Prevenção e Vigilância do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Populações com mais acesso, cita, têm melhores resultados. Quem vive em locais mais distantes (física ou socialmente) é mais prejudicado em relação a isso. E o acesso, destaca Noronha, não é apenas ao diagnóstico e ao tratamento de câncer, mas à saúde de uma forma geral e à educação - base para a tomada de medidas preventivas.
Melhorias
No último ano, segundo dados do Ministério da Saúde, o Governo Federal gastou cerca de R$ 2,4 bilhões para tratamento do câncer (com cirurgias, quimioterapia e radioterapia) pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O valor é 26% maior que o investido em 2010 (R$ 1,9 bilhão). (Mariana Lazari)
Vacinas
Cláudio Noronha, do Inca, destaca ainda que, para o futuro, a prevenção do câncer contará com ferramentas como as vacinas. Fará parte do calendário de vacinação, a partir de 2014, a vacina contra o papilomavírus, o HPV. O vírus é responsável por 95% dos casos de câncer de colo do útero.Meninas de 10 e 11 anos deverão ser vacinadas. De acordo com dados do Ministério da Saúde, há 3.350.909 de meninas na faixa etária no País. A meta é vacinar 80% desse grupo com três doses.
Segundo o ministério, a vacina é eficaz em mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e, portanto, não tiveram contato com o vírus HPV. “A vacina vai evitar que elas, após os 30 anos, tenham câncer de colo do útero. É uma perspectiva de proteção no futuro”, avalia Cláudio.
Saiba mais
Observar a história do câncer é encontrar, além dos desafios para o futuro, muitas conquistas. São avanços nas pesquisas, nas tecnologias de tratamento e de prevenção. Entre eles, a queda no índice de tabagismo. O fumo é responsável por diversos tipos de cânceres e, no Brasil, cada vez se fuma menos devido a campanhas educativas.Segundo o professor Luiz Porto, Fortaleza é a terceira capital com menos fumantes no Brasil. “O programa anti-tabaco do Brasil é um dos melhores do mundo”. Mesmo assim, segundo o Inca, se as tendências atuais de consumo do cigarro persistirem, em 2030, podem ser mais de oito milhões as mortes anuais causadas pelo tabagismo.
O médico Cláudio Barrios defende que o que se investe em campanhas preventivas ainda é muito pouco. “Quanto é que o Governo gasta para evitar que as pessoas fumem? Nada. Se eu tenho uma empresa que gasta R$ 200 milhões pra fazer com que a pessoa fume e eu gasto R$ 1 milhão pra fazer com que ela não fume, o que vai acontecer?”.
Luiz Porto também cobra mais ações de educação em saúde para conscientizar, por exemplo, sobre a importância de exames preventivos regulares - já que câncer diagnosticado precocemente representa muito mais chance de cura. Tudo isso caracterizaria verdadeiro pacto de combate ao câncer. Médicos, governos, sociedade, instituições científicas, imprensa, todos devem se empenhar nessa missão para prevenção e garantia de acesso a serviços de saúde e tratamento, quando for o caso, defendem os especialistas ouvidos pelo O POVO.
TEMOS UM GRANDE NÚMERO DE CIDADES SEM SERVIÇOS MÉDICOS ADEQUADOS. E, MESMO QUANDO TEM MÉDICOS, ALGUNS DELES NÃO FORAM TREINADOS
Luiz Porto
O PROBLEMA É A DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA. UM HOSPITAL DE CÂNCER REQUER ESPECIALISTA. É DIFÍCIL MONTAR ESTRUTURA EM CIDADES MENORES
Cláudio Noronha
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