[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Pesquisadores desenvolvem tinta de parede contra bactérias superresistentes | O POVO
Nanotecnologia 02/12/2012

Pesquisadores desenvolvem tinta de parede contra bactérias superresistentes

IGOR DE MELO
Antonio Gomes de Souza Filho, professor do Departamento de Física da UFC, é um dos oito pesquisadores envolvidos no estudo
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Cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) descobriram que uma tinta de parede especial pode ser utilizada no combate a bactérias superresistentes. A ideia é pintar as paredes de hospitais com essa tinta, desenvolvida a partir de nanoestruturas contendo prata, para diminuir as infecções hospitalares, um dos maiores problemas da saúde pública atual. O estudo foi liderado pelo pesquisador Raphael Dias Holtz e publicado na revista científica Nanomedicine.

 

De acordo com o professor Oswaldo Luiz Alves, orientador da pesquisa, as infecções são potencializadas por bactérias superresistentes, como a Staphylococcus aureus resistente ao antibiótico meticilina (MRSA). “Isso traz um desafio para cientistas da área e uma grande preocupação para a sociedade. Os pacientes infectados com o MRSA apresentam maiores índices de mortalidade e de casos de doenças oportunistas, necessitando de um maior período de internação e assistência, o que acaba representando um grande gasto aos cofres públicos”, destaca. Conforme informações recentes utilizadas pelo estudo, essas bactérias causam aproximadamente 60% dos casos de infecção hospitalar, resultando em uma taxa de mortalidade de 35% dos pacientes infectados. Mas como, afinal, estas nanoestruturas podem barrar a ação das bactérias superresistentes através de tintas na parede?


“Essas nanoestruturas foram desenvolvidas como aditivo antibacteriano para tintas à base de água”, explica o professor Oswaldo Alves. Isso porque, no processo de reação química entre vanadato de amônio e nitrato de prata, foi observado que os aditivos nanoestruturados apresentaram uma elevada atividade antibacteriana. “O elevado potencial antibacteriano do vanadato de prata despertou o interesse em avaliar a sua utilização como aditivo em uma tinta comercial à base de água. Os resultados de sua adição foram promissores, uma vez que foram observados halos de inibição do crescimento bacteriano em culturas de bactérias superresistentes”.


Oswaldo Alves destaca ainda que, além dos benefícios da aplicação dessas nanoestruturas em ambiente hospitalar (pintura de paredes de corredores e instalações de cuidados intensivos), a formulação da tinta poderá ser utilizada em ambientes de alta umidade e grau de contaminação, como banheiros, cozinhas e vestiários esportivos. Ele ressalta que está sendo finalizada uma patente que será depositada pela Agência de Inovação da Unicamp (Inova).


O estudo contra as bactérias teve início em 2009 e foi a base da tese de doutoramento de Raphael Dias Holtz, defendida no Instituto de Química da Unicamp este ano. Ao todo, oito pessoas participaram do projeto. Além dos membros do Laboratório de Química do Estado Sólido da Unicamp (LQES), liderado pelo professor Oswaldo Alves, o estudo contou com a equipe do professor Marcelo Brocchi, do Instituto de Biologia da Unicamp, e com o professor Antonio Gomes de Souza Filho, do Departamento de Física da Universidade Federal do Ceará (UFC). O estudo foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Yanna Guimarães yanna@opovo.com.br
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