[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive]
Atualizada às 20h50min
Doze pessoas morreram e dez ficaram feridas nesta quarta-feira, 7, em um ataque de homens armados e aos gritos de "Alá é grande" contra a sede da revista satírica Charlie Hebdo, localizada em Paris. No ataque, foram mortos os renomados chargistas Wolinski, Charb, Cabu e Tignous. Três suspeitos foram identificados, diz a Polícia.
+ Veja galeria com capas polêmicas da Charlie Hebdo
O presidente francês François Hollande dirigiu-se até o local do atentado e confirmou tratar-se de um ataque terrorista, o mais violento registrado na França em 40 anos. "A República é a liberdade de expressão, a cultura, a criação, o pluralismo, a democracia. Foi isto que foi atacado", disse.
Os suspeitos são, segundo as autoridades policiais, os franceses Said Kouachi e Cherif Kouachi, de cerca de 30 anos, e Hamyd Mourad, um jovem de 18 anos (nacionalidade não foi revelada). Uma grande operação envolvendo grupos de elite da polícia ocorria na noite desta quarta-feira na cidade de Reims, no nordeste da França, disse à AFP um oficial.
"Se os suspeitos não conseguiram fugir novamente vai haver tiroteio", previu um membro do grupo de elite da polícia Raid, pedindo "a máxima prudência" aos jornalistas na região. Hollande decretou a quinta-feira, 7, "dia de luto nacional". "Nossa melhor arma é nossa união. Nada pode nos dividir, nada deve nos separar", completou.
Homenagem
Milhares de pessoas se concentram nas ruas de Lyon (centro-leste) e em Toulouse na tarde desta quarta para homenagear as vítimas e protestar contra o ataque e à liberdade de imprensa.
O atentado
Segundo testemunhas, homens armados com kalashnikovs e um lança-foguetes invadiram a redação da revista de humor Charlie Hebdo e de forma determinada, demonstrando sangue-frio e coordenação, dispararam contra os funcionários da publicação, visando especialmente aos desenhistas.
Quatro chargistas de renome mortos no ataque à revista francesaVaticano condena a dupla violência do ataque à revista francesaAlerta antiterrorismo foi elevado para o nível mais alto na área de ParisEconomista membro do Banco da França está entre os mortos em ataque a revista
De acordo com fontes policiais, os autores do ataque gritaram "Vingamos o Profeta!", em referência a Maomé, alvo de charges publicadas há alguns anos pela revista, o que provocou revolta no mundo muçulmano.
Ao abandonar o prédio, os agressores atiraram contra um policial, atacaram um motorista e atropelaram um homem com o carro roubado. A polícia iniciou uma busca pelos agressores pelas ruas de Paris e as autoridades pediram à população que evitasse circular e utilizar transportes públicos.
Alerta máximo
As autoridades também anunciaram que a região parisiense foi colocada em estado de alerta máximo. Vários momentos da ação foram registrados por celulares de pessoas presentes na cena da tragédia.
"Ouvi disparos, vi pessoas encapuzadas que fugiram em um carro", declarou à AFP Michel Goldenberg, que tem um escritório vizinho na rua Nicolas Apert, onde fica a sede da revista.
Hollande convocou uma reunião de crise com seus assessores no palácio presidencial. "Tudo foi organizado para neutralizar o mais rápido possível os três criminosos que estão na origem deste ato bárbaro", afirmou o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, sem especificar o papel desempenhado pelas pessoas envolvidas.
Terroristas treinados
"É um atentado terrorista, não há dúvida", disse Hollande, definindo o atentado como "um ato de uma barbárie excepcional". Segundo fontes policiais, homens envolvidos no atentado contra a revista demonstraram calma, determinação e eficiência de quem passou por treinamento militar intenso, afirmam fontes policiais.
As imagens gravadas por celulares evidenciam que o ataque foi bem planejado, de acordo com um membro dos serviços de segurança. "Vemos claramente pela maneira que portam suas armas que agem discretamente, bem ao estilo militar, com frieza. Eles receberam treinamento. Eles não agiram por impulso", afirmou.
"O mais impressionante é a sua atitude. Eles foram treinados na Síria, no Iraque ou em outro lugar, talvez até mesmo na França, mas o certo é que eles foram treinados", enfatizou, destacando também o sangue-frio dos terroristas.
Coincidência ou não, a Charlie Hebdo fez a divulgação em sua edição desta quarta-feira do novo romance do controvertido escritor Michel Houellebecq, um dos mais famosos autores franceses no exterior.
A obra de ficção política fala de uma França islamizada em 2022, depois da eleição de um presidente da República muçulmano.
"As previsões do mago Houellebecq: em 2015, perco meus dentes... Em 2022, faço o Ramadã!", ironiza a publicação junto a uma charge de Houellebecq.
A revista de humor tem sido ameaçada desde que publicou charges do profeta Maomé em 2006.
Repúdio
"Somos todos franceses" e #EuSouCharlie (do francês #JeSuisCharlie): o mundo condenou o atentado, nas redes sociais e em pronunciamentos de diferentes chefes de Estado e autoridades internacionais. A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, classificou o atentado como "sangrento e intolerável" pelo twitter e, em nota à imprensa, enviou condolências aos familiares das vítimas.
O presidente americano Barack Obama afirmou que condenava "veementemente o terrível tiroteio" e ofereceu ajuda ao governo francês. Em comunicado, o papa Francisco ressaltou que "qualquer instigação ao ódio deve ser repudiada".
Na Europa, líderes muçulmanos também condenaram o ataque e pediram tolerância.
Reforço da segurança
Após o ataque, vários países reforçaram a segurança como medida de precaução contra novos atentados. O ministro do Interior espanhol, Jorge Fernández, Díaz disse que o país elevou seu nível de alerta de terror para três, de dois, que estava desde setembro.
O jornal dinarmaquês Jyllands-Posten, que fez charges de Maomé, informou aos seus funcionários que serão tomadas medidas adicionais para protegê-los. A Itália reforçou a segurança em "alvos sensíveis" franceses, americanos e judeus, mesmo sem ameaças concretas.
Mais um ataque
Em novembro de 2011, a sede da publicação foi destruída por um incêndio criminoso, já definido como atentado pelo governo na época.
Em 2013, um homem de 24 anos foi condenado à prisão com sursis por ter pedido na internet que o diretor da revista fosse decapitado por causa da publicação das caricaturas do profeta muçulmano.
O ataque desta quarta-feira contra a Charlie Hebdo foi condenado em todo o mundo como um ato de terrorismo contra a liberdade de expressão.
Imagens Fortes: vídeo mostra militantes executando um policial
AFP
Veja também
Em homenagem a policiais mortos Hollande diz que "a França não cede" Vários ataques contra locais de culto muçulmano na França desde a noite de quarta-feira Duas pessoas em estado grave após tiroteio contra polícia perto de Paris Dilma Rousseff repudia atentado contra revista satírica Charlie HebdoErro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object
São utilidades para enriquecer seu site ou blog por meio de códigos (Tags ou Scripts) que ajudam sua página a ser ainda mais informativa
Escolha o Widget do seu interesseNewsletter
Erro ao renderizar o portlet: Barra Sites do Grupo
Erro: <urlopen error [Errno 110] Tempo esgotado para conexão>
Copyright © 1997-2016