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Dez anos sem o editor Raimundo Costa
“Um fenômeno entre os maiores que o Ceará já produziu.”
Laurindo Ferreira
Aqui, permito-me afirmar que ainda carrego na lembrança a surpresa daquele
fatídico dia, em que Costinha, às pressas, fez o seu derradeiro embarque,
atendendo à convocação do Alto, sem, ao menos, se despedir das pessoas
registradas em sua contabilidade afetiva.
Logo que recebi a notícia de seu estado de saúde, corri ao hospital, na
esperança de um último abraço. Infelizmente, cheguei tarde. Avistei-o
apenas através da porta de vidro que, ali, nos separava para sempre.
Não posso deixar de admitir que, naquele momento, fora feita a vontade
Superior. Embora reconheça que Deus escreve certo por linhas tortas, é
difícil para nós pecadores entender certas decisões divinas, às vezes,
duras, muito duras, para ser suportadas e aceitas, como aquela que agora
completa dez anos.
Não me parece exagero atestar que Raimundo Costa teve vida marcante entre
as pessoas de seu derredor, simplesmente porque soube alojar-se no coração
de cada uma delas. Afinal, pessoas há que passam a vida inteira no meio do
povo e, quando se vão, não deixam saudade alguma, muito menos, saudades
imorredouras como as que o Costinha nos deixou.
Ainda falando de saudade, legitime-se que a esposa e filhos ainda hão de
chorar muito tempo, por conta de sua involuntária partida. Tenho certeza,
porém, que, de lá, onde ele se encontra – sem dúvida, o céu – jamais lhes
deixará faltar a energia capaz de mitigar a dor que esmaga o coração dos
familiares.
Enfim, registre-se que, ao recorrer ao mestre José Raimundo Costa, semre
tive saciadas minhas dúvidas, sem esquecer as repetidas vezes que me senti
iluminado por gravitar ao alcance das luzes de seu polivalente saber!
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