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artigo 17/09/2013 - 17h07

A PRETENSÃO DE UMA SUPERIORIDADE CULTURAL

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A PRETENSÃO DE UMA SUPERIORIDADE CULTURAL

Fabiano Albuquerque de Lima


Acadêmico de Filosofia e Seminarista da Diocese de Itapipoca

Mais do que combater as teses racistas que são difundidas em muitos países e sociedades que afirmam serem superiores em relação às outras no que concerne a etnia, devemos voltar nosso olhar para outras vertentes preconceituosas nas sociedades que se consideram avançadas; seja no âmbito tecnológico ou até mesmo na linguagem e escrita.
Essa tendência refere – se a superioridade cultural de uma civilização ou grupo em relação a outros que são compreendidos como inferiores e tratados como obsoletos e desvalorizados em todos os seus aspectos culturais.
As sociedades que durante toda a história da humanidade foram exploradas, embora perdessem traços culturais, não deixaram de lado suas principais circunscrições que as identificam assim como seus costumes, crenças e modo de vida próprio. No entanto, as civilizações exploradoras conseguiram desviar o foco dos problemas ocasionado pela exploração, para uma “terrível” imagem dos povos que não se adequaram ao seu estilo de vida, fazendo – nos acreditar que essas civilizações não tem nenhuma relevância cultural no cenário mundial.
A tendência para a superioridade cultural está imbuída em cada um de nós, mas, tal predisposição se abona como forma de herança cultural que nos foi passada pelas gerações anteriores. Nossas convicções ideológicas pessoais prevalecem muito mais do que qualquer relação social com povos que não pensam como nós pensamos e que fogem de nossos padrões de vida. Somos levados a querer que o outro grupo seja o reflexo ideal do nosso próprio conceito de “sociedade ideal”, caso contrário rotulamos o outro grupo como inferior e irrelevante para o progresso da humanidade.
Mas quando falamos em progresso caímos erroneamente em um juízo de valor, pois, não podemos esperar que uma determinada cultura tenha que ser igual a nossa, muito embora possuam similitudes, pois, o valor de uma determinada cultura só é medida internamente pelos próprios indivíduos que a constituem de acordo com o seu ethos, implicando dizer a indeterminação de um único e absoluto valor para todas as culturas.
Ao julgarmos uma cultura em relação a nossa e afirmar sua inferioridade, não devemos partir de valores como avanços tecnológicos e científicos, pois, nenhuma civilização é tão “inferior” que não tenha nenhuma característica específica que a nossa ainda não conseguiu desenvolver. Desse modo se considerarmos o diferente como inferior, também podemos cair no mesmo grau de inferioridade na medida em que o outro grupo nos terá como sendo também inferiores em determinados aspectos.
Portanto, falar sobre a superioridade cultural remete – nos imediatamente a superioridade individual que queremos impor aos outros que diferem de nós, considerando apenas a cultura em que estamos inseridos, os nossos pensamentos e convicções. Mas não podemos deixar de evocar a necessidade de considerarmos a originalidade de cada povo dando o seu devido valor cultural.

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