O exercício profissional das veterinária Ana Karinne Paiva e Fátima Ferreira foi suspenso por dois meses. A decisão foi tomada em plenário do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Ceará (CRMV-CE) como resultado do processo envolvendo as duas no tratamento de animais diagnosticados com leishmaniose visceral, também conhecida como calazar. A ação é proibida por legislação federal.
“Nós fazemos um julgamento desse com um constrangimento muito grande, já que são colegas profissionais, mas temos uma responsabilidade com a sociedade”, comentou Célio Pires Garcia, presidente do CRMV-CE. Segundo ele, o tratamento “trata os sintomas, mas não elimina a doença”.
Ana Karinne informou que não há provas de que ela tenha realizado o tratamento de animais com a doença. Segundo a médica, ela assinou um documento esclarecendo o tutor de um cão da raça chow-chow, em Beberibe, sobre a existência de tratamento da doença e não determinando procedimento clínico.
“Existem maneiras de tratar já utilizadas em outros países, inclusive. O que fiz foi informar que o sacrifício não era a única alternativa”, esclarece. “Nunca avaliei clinicamente o animal em questão”, defende-se.
Entidades de defesa dos animais se manifestaram contra a condenação das veterinárias. Pelo Facebook, o Abrigo São Lázaro afirmou que o “sentimento é de indignação e impotência”. A advogada Águida Sá, da ONG Anjo de Proteção Animal (APA), também se posicionou contra a medida. “Eu acho um equívoco. Não aceitamos sacrificar um animal que pode ser tratado”, disse.
Redação O POVO Online