Está marcada para o dia 22 de julho a reunião que definirá os procedimentos para reabertura das agências do Banco do Brasil (BB) fechadas no Ceará, em decorrência de ataques de grupos criminosos, na sede da superintendência do banco, em Fortaleza. O encontro foi decidido durante audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor (CDC) da Assembleia Legislativa (AL), presidida pelo deputado estadual Odilon Aguiar (PMB), nesta quarta-feira, 6, que contou com a presença do secretário de Segurança Pública, Delci Teixeira, e o gerente geral da Superintendência do Banco do Brasil, Duílio Benício, além de prefeitos, vereadores e defensores públicos.
Das 17 agências atacadas no Ceará, 11 estão funcionando com atendimento parcial, enquanto o restante está em reforma devido a danificações na estrutura do prédio causadas por explosões. Unidades do BB como as localizadas em Independência e Novo Oriente funcionam com atendimento, mas sem numerário para evitar ataques.
Segundo o gerente geral Duílio Benício, uma comissão de gestão de risco, que funciona em Brasília, é quem decide sobre o funcionamento das agências. "O Banco do Brasil não tem vontade nenhuma de fechar suas agências. A matriz de risco leva em consideração a ocorrência de fatos”, comentou ele.
Para o diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará, Bosco Mota, um dos principais problemas dos ataques às agências é o travo psicológico. Segundo ele, a unidade de Novo Oriente tinha dez funcionários e todos foram substituídos porque não tiveram condições psicológicas de permanecer trabalhando no local após os assaltos.
SegurançaO secretário de Segurança Pública garantiu que a pasta tem se reunido com instituições, como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Polícia Federal, Policial Rodoviária Federal e a Federação dos Bancos, buscando parcerias para combater os crimes contra as agências. "Nós temos que nos estruturar juntamente com esses órgãos para fazer o levantamento dessas quadrilhas", disse ele.
Segundo Delci, as quadrilhas são muito bem armadas e só se combate esse tipo de crime com o trabalho da inteligência das áreas de segurança, para chegar antes da ação criminosa. O delegado titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), Raphael Villarinho, que também participou da audiência pública, informou que de 2015 para 2016, a apreensão de arma de grosso calibre aumentou em 400%.
Outro integrante das forças de seguranças a participar da audiência foi o comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Geovani Pinheiro. "Estamos diante de uma legislação muito fragilizada, no sentido de que um comandante prendeu no mês passado e, hoje, estou prendendo de novo. Eles (criminosos) vão (presos), passam um tempo e voltam (para as ruas) exercendo suas atividades de roubar, furtar", comentou Pinheiro.