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Cearense procura emprego de mestre de obras com cartaz em sinal de Fortaleza

30/06/2016 | 17:43

O cearense José Carlos Alves, 53 anos, teve uma ideia inusitada para conseguir emprego. Cansado de deixar currículo em empresas de construção e não receber retorno, foi a sinais de Fortaleza com o cartaz: "Sou mestre de obra e estou a procura de emprego". A foto dele viralizou nas redes sociais e, por enquanto, algumas pessoas ligaram para contratar serviços.

"Emprego mesmo, ainda não apareceu, mas agora há pouco um senhor me ligou a respeito de uma obra. Ele ficou de conversar comigo", contou ao O POVO Online. Natural de Granja, Carlos trabalhou 25 anos como pedreiro e, nos últimos seis anos, exerceu a função de mestre de obra.

Desempregado desde setembro de 2015, ele sustenta a família com "bicos" que aparecem ''aqui e acolá''. A mulher assumiu recentemente uma vaga de costureira e completa o restante da renda da casa da família, no Bom Jardim. O casal tem quatro filhos, com idades entre 18 e 28 anos.

"Eu acho que foi a necessidade de arrumar emprego que me inspirou. Vejo tanta gente no sinal pedindo e, no caso, não estou pedindo dinheiro, mas um emprego", afirma. O "banner" pessoal do mestre de obras foi parar no grupo do Facebook "Alguém conhece alguém que...", na terça-feira, 28, sendo compartilhado por mais de 1,8 mil pessoas.

A ideia do cartaz começou a ser colocada em prática na segunda-feira, 27, no sinal da avenida dos Expedicionários. Na terça e na quarta, ele foi ao sinal do cruzamento da avenida 13 de Maio com Senador Pompeu. Sem dinheiro para o combustível da moto, não levou o cartaz nesta quinta-feira, 30. "Mas amanhã vou ver se arranjo uns trocadinhos", planeja.

Uma vida melhor

Carlos nasceu em Granja, mas mudou-se para Fortaleza na década de 80, em busca de uma vida melhor. "Na cidade que eu morava, realmente não tinha oportunidade. Hoje, lá já está mais avançado", continua.

A profissão de mestre de obra, de acordo com ele, é concorrida. "São poucas vagas, uma obra só tem um mestre e vários pedreiros. Ás vezes, querem dar 'mixaria' e não querem entender o valor do profissional. A gente trabalhar só para o empresário crescer e a gente morrer de fome não adianta. O trabalhador faz o empresário, e o empresário faz o trabalhador", explica.

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