Atualizada às 15h20min

Um vídeo que mostra o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Ceará (Sindasp/CE), Valdemiro Barbosa, falando sobre a mobilização da categoria no último fim de semana, viralizou nas redes sociais na manhã desta quinta-feira, 25. As imagens, conforme o sindicato da categoria, foram gravadas na manhã do último sábado, 21.

No fim de semana, os agentes paralisaram as atividades nos presídios cearenses por 17 horas reivindicando melhores condições. No vídeo, ele fala sobre os tumultos em cadeias e presídios no Interior.

''Primeiramente, queria parabenizar nossa categoria pelo grande movimento que está fazendo. Dezenas de cadeias públicas paralisadas no interior do Estado. Toda a Região Metropolitana de Fortaleza paralisada, tumulto em todas as cadeias de pequeno e grande porte do Interior do Estado", diz.

Valdemiro afirma na gravação que a categoria aguarda uma proposta do Governo que realmente "venha contemplar a categoria". "Vamos a luta, vamos continuar com nossas atividades paralisadas, vamos impedir a entrada das visitantes", continua.

O POVO Online tentou entrar em contato com Valdemiro, mas foi informado de que ele estava viajando. Após a repercussão do vídeo, a advogada do Sindasp/CE, Ninon Tauchmann, esclarece que a greve foi comunicada com 72 horas de antecedência, com a garantia da manutenção de todos os serviços prioritários e essenciais. Ela explicou que a visita dos presos era inviável por causa da grande quantidade de detentos na unidade.

Ninon relata uma série de tentativas do sindicato em negociar as pautas da categoria. ''Em nenhum momento se comemorou o que aconteceu lá [nos presídios]. O presidente partiu do princípio de que era uma conquista da categoria fazer com que o Estado sentasse para conversar. Ninguém vai comemorar uma situação daquela. Ele é uma pessoa séria, a nossa categoria foi instada no sentido de que finalmente o Estado sentou-se para conversar", completa. 

Veja o vídeo:

Além das imagens de Valdemiro falando, outro vídeo que está sendo compartilhado em grupos de WhatsApp mostra uma barricada em um presídio. Confira:

Até o momento, 18 mortes foram confirmadas na série de rebeliões em presídios da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Os detentos morreram entre sábado, 21, e domingo, 22, conforme a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus).  Dez vítimas ainda não foram identificadas e precisaram ser submetidas a exame de DNA devido ao estado dos corpos.

A quantidade de óbitos se iguala às registradas no motim mais violento do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, em 2010, que ganhou repercussão internacional.

O Governo do Ceará atendeu ao pleito dos agentes penitenciários e prometeu 100% de gratificação de atividade de risco, mas de forma escalonada. Atualmente, eles possuem 60% de gratificação. Com o acordo chegará em até 70% em fevereiro de 2017, 80% em janeiro de 2018 e 100% em novembro de 2018.