Muitas histórias e experiências circulam pelas redes sociais. Um dos exemplos que reúne esses elementos é o grupo ‘Alguém conhece alguém que’. Criado no Facebook em agosto de 2014 pelo publicitário cearense Jefferson Cavalcante, o grupo superou a marca de 50 mil membros.
O POVO Online conversou com José Crescêncio, um dos administradores do ACAQ, sobre suas experiências na moderação do grupo, ou seja, fazer com que as regras sejam cumpridas, priorizando o respeito entre os integrantes e, quando necessário, retirando alguma postagem que se desvie dos objetivos principais da página.
“Ver que pessoas tão diferentes, de extremos geográficos, sociais, ideológicos ou o que for estão se ajudando, se importando e doando um pouco do seu tempo para ajudar outras pessoas é bastante recompensador”, disse o estudante de Publicidade e Propaganda da Universidade Federal do Ceará (UFC) sobre o que motiva ele a continuar nessa missão de administrar um grupo com tantas pessoas com mentalidades completamente diferentes.Para Crescêncio “as redes sociais, principalmente o Facebook, tendem a limitar você a um nicho específico. Você só adiciona ou curte o que te interessa e o que te convém e as notícias e postagens da sua timeline seguem esse conceito limitador”.
“Já no grupo há a convivência e a interação de pessoas independente dos seus interesses pessoais. Isso me vislumbra e me dá vontade de continuar contribuindo para que as pessoas comecem a se enxergar além do nicho que elas participam”, aponta o administrador como o diferencial do ACAQ.
Para ele a maior dificuldade é o tempo, uma vez que é preciso conciliar sua vida pessoal (estudos, trabalho, academia, amigos, namoro) com o grupo na rede social. “O grupo exige muita atenção, pois são milhares de pessoas com atividades em tempos diferentes, então sempre tem algo rolando no grupo que exige a nossa intervenção”, acrescenta.
Histórias marcantes
José Crescêncio escolheu as histórias que mais chamaram a sua atenção:
1 - A foto de Antônio Fagundes
Em dezembro de 2015, Eberth Melo buscava encontrar o homem que aparecia numa foto tirada pela sua irmã há mais de 20 anos e utilizou o grupo para cumprir essa missão. Na fotografia estava o ator Antônio Fagundes.
“Foi a primeira grande história do ACAQ e antes do grupo se tornar popular, tínhamos umas 10 mil pessoas no máximo, e mesmo assim a dedicação e o engajamento das pessoas fez com que uma história de décadas atrás fosse resolvida de forma emocionante.”
2 - O vestido de noiva
“Foi o primeiro post de doação que gerou repercussão. Foi muito legal ver os membros se dispondo a doar ou a trabalhar de graça para ajudar a irmã de um membro do grupo a realizar o casamento dela, foi história de filme”, disse o estudante sobre a postagem realizada por Talita Mendonça, que pedia ajuda para realizar o sonho de sua irmã, que iria casar, mas que não tinha condições para alugar um vestido de noiva.
3 - O pedido de casamento
Quando Tiago Maia decidiu fazer um pedido de casamento bem diferente contou com a ajuda de Ingrid Paixão, irmã da noiva, e usou o grupo para fazer com que pessoas de todo o mundo postassem fotos com os dizeres “Luciana, o mundo inteiro sabe que o Tiago te ama!”
“Lembro que comentei nesse tópico que o grupo era basicamente de Fortaleza, então iria ser difícil achar gente de fora, mas acabou que mandaram mesmo fotos de outros países e estados e eu fiquei muito impressionado e feliz com o alcance do grupo”, disse José.
4 - A cirurgia do irmão
“O que me marcou mais foi a disponibilidade das pessoas do grupo que não hesitaram um segundo em pedir a conta e doar, fora a visibilidade que o caso alcançou através de contatos de jornalistas dentro do grupo, que fizeram com que uma pessoa só se disponibilizasse a pagar metade da cirurgia”, disse o estudante sobre a recente publicação de Aline Alves pedindo ajuda para fazer a cirurgia do seu irmão que poderia ficar cego.
5 - A sapatilha da Cinderela
Durante o show da banda Iron Maiden, no dia 24 de março, o estudante de Arquitetura e Urbanismo, Davi Gadelha encontrou e guardou uma sapatilha preta, de numeração 36, que ele achou logo após entrar na Arena Castelão, local da apresentação. Davi utilizou o grupo para localizar dona do calçado.
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