O excesso de velocidade, combinado com o consumo de bebida alcoólica, contribuiu para os 92 acidentes em rodovias estaduais e federais do Ceará, registrados durante o feriadão de Carnaval, de sexta-feira, 5, até esta quarta-feira, 10. Ao todo, 15 pessoas morreram nas estradas que cortam o Estado, uma morte a mais do que no ciclo carnavalesco do ano passado. Nesta quinta-feira, 11, foram divulgados os balanços das Polícias Rodoviárias Estadual (PRE) e Federal (PRF) sobre o Carnaval 2016.

Nas rodovias federais, foram 43 acidentes, com 35 feridos e dois mortos, segundo a PRF. Já nas estradas estaduais, o relatório da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) aponta para 49 acidentes, nos quais 35 pessoas ficaram feridas e 13 morreram.

De acordo com o chefe de operações da PRE, coronel Paulo Sérgio, o excesso de velocidade lidera a lista das principais infrações que contribuíram para os acidentes nas rodovias estaduais. Além disso, o militar alerta para o uso frequente de bebida alcoólica por parte de condutores. O órgão estadual contabilizou 567 relacionadas à Lei Seca.

"É concreto que as pessoas ainda insistem em consumir o álcool e dirigir. O condutor cearense tem esse hábito", comentou Paulo ao O POVO Online.

Conforme o setor de estatísticas da PRF, estudos apontam que em aproximadamente 70% dos acidentes graves (aqueles que têm mortes ou lesões graves), de uma forma geral, há o registro de excesso de velocidade. Neste período de Carnaval, o órgão federal registrou 3.914 imagens de veículos que transitavam nas rodovias com velocidade superior a permitida, em 34 fiscalizações específicas, por meio do uso de dos radares eletrônicos Lasertech. Também contabilizou oito acidentes graves nos últimos cinco dias.

O superintendente da PRF no Ceará, Stênio Pires, afirma que o órgão tem focado na fiscalização contra o excesso de velocidade. São sete radares portáteis dos mais modernos para ajudar no combate contra as infrações nas rodovias federais, afirma o inspetor.

Segundo o policial, a PRF verificou que muitos condutores acostumados a dirigir dentro da cidade, que raramente passam de 60 km/h, quando pegam estrada têm a falsa impressão do controle do veículo. "O comportamento do veículo em alta velocidade é completamente diferente dele em baixa. A alta velocidade acaba impedindo o condutor de realizar manobras dentro do espaço necessário para parar o veículo. Na via urbana, ao se deparar com um obstáculo, você pode fazer um movimento brusco a 40 km/h para desviar. Se fizer essa manobra a 120 km/h, irá perder o controle", explicou.

Assim como o coronel da PRE, o superintendente da PRF acredita que ainda é alto o número de motoristas que conduzem veículos após a ingestão de bebida alcoólica. Foram realizados 2.949 testes de etilômetro, onde 46 pessoas foram autuadas e seis pessoas foram detidas ao serem flagradas dirigindo sob efeito do álcool. "A alcoolemia é um fator importante. Têm pessoas que dirigem alcoolizadas e ficam mais 'afoitas', agressivas e confiantes, e acabam excedendo a velocidade", comentou.

Fiscalização
A PRE registrou 26.736 abordagens de veículos; 569 CNHs recolhidas; e 7.574 notificações. Os policiais também apreenderam 598 veículos: 152 carros, 444 motos e dois ciclos.

Já a PRF fiscalizou 5.731 veículos e 5.653 pessoas. No total, foram 1.863 autos de infração, dos quais 502 por ultrapassagens proibidas e 102 pelo não uso do cinto de segurança. O órgão federal apreendeu 86 veículos.