Funcionários do complexo hospitalar da UFC fazem panelaço contra demissões e salários atrasados
04/02/2016 | 12:00Um grupo de cerca de 20 funcionários da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac) e do Hospital Universitário Walter Cantídio fizeram na manhã desta quarta-feira, 4, em frente à Reitoria, um panelaço contra a demissão de 700 terceirizados da Sociedade de Assistência a Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Sameac). Os trabalhadores, organizados pelo Movimento em Defesa dos Trabalhadores da Saúde (MDTS), também reivindicam o pagamento dos salários de novembro e dezembro de 111 funcionários.
A demissão foi definida pela Portaria n° 208 do Ministério da Educação, que determinou a substituição dos contratados pelas Fundações de Apoio por servidores concursados. Para isso, foi criada a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que vem assumindo as funções de gestão administrativa dos hospitais universitários.
Procurada, a UFC disse que respeita e cumpre as decisões judiciais, inclusive o acordo judicial que prevê o encerramento dos contratos. ''Não há, no momento, qualquer ordem judicial de prorrogação do contrato além desse limite", disse, em nota. A universidade disse ainda, por meio de assessoria, que a questão salarial deve ser direcionada à Sameac.
O POVO Online entrou em contato com a Sameac, que informou que um posicionamento será emitido apenas nesta quinta-feira, 5. Uma nova audiência de conciliação entre os funcionários e a UFC está marcada para o dia 30 de março.
Panelaço
Apesar da baixa adesão nesta manhã, o MDTS prevê novos atos com o apoio de alunos, professores e servidores da universidade. "Ontem [quarta-feira, 3] fizemos uma reunião na Arquitetura com o sindicato dos Médicos, estudantes. Estamos entrando em contato com vários setores da UFC, que já apoiaram os trabalhadores da Sameac", disse Rosa da Fonseca.
Segundo ela, a susbtituição dos profissionais deve preocupar toda a sociedade, pois influencia diretamente na questão do ensino e da pesquisa nos hospitais universitários. "A implantação da Ebserh quebra a autonomia da universidade, transformando os [hospitais] universitários em unidades de atendimento apenas do ponto de vista mercadológico. Os doentes, que antes ficariam em observação pelos professores e alunos, vão sendo liberados como se fosse um hospital de emergência", criticou.