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A Polícia Civil divulgou nesta segunda-feira, 31, o exame pericial de comparação balística da arma de fogo encontrada na casa de veraneio, onde mãe e filha foram assassinadas em Paracuru, no último dia 23, e confirmou que o revólver foi usado para matar Adriana Moura de Pessoa Carvalho Moraes, 38, e Jade Pessoa de Carvalho Moraes. O inquérito do caso será concluído ainda hoje e o indiciamento do suspeito sairá nesta terça-feira, 31. As informações foram divulgadas em entrevista coletiva na sede da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), que contou com a presença da titular da unidade, Socorro Portela, e os peritos Antoniel Silva, Charlton Bezerra e Lêda Queiroz, que trabalharam na investigação.
Além do exame pericial de comparação balística, foram concluídos mais dois: o cadavérico e a perícia complementar. De acordo com o perito Charlton Bezerra, o laudo complementar enfatizou que não houve arrombamento na casa, comprovando que Marcelo Barbarena Moraes, 39, suspeito de ter matado a esposa e a filha de oito meses, mentiu em seu depoimento inicial.
No dia do crime, Marcelo negou ter matado as vítimas e afirmou que a casa estava aberta e não ouviu barulho de tiros. Porém, o depoimento apresentou contradições e divergências em relação ao que foi dito pelo irmão e pela esposa dele, que também estavam na casa e foram ouvidos como testemunhas. Dois dias depois, o suspeito confessou o duplo homicídio durante a perícia complementar feita pelos profissionais da área e da DHPP.
Arma foi herança familiar
Marcelo Barbarena confessou neste domingo, 31, que a arma de fogo foi adquirida a partir de uma herança familiar, segundo informou a delegada Socorro Portela. "Em 2009, o Marcelo solicitou o registro provisório dessa arma. Ontem (30), ele confessou que a arma foi uma herança familiar e que costumava portá-la", disse a titular da DHPP.
Nas investigações, a Polícia descobriu que Marcelo tinha uma arsenal de armas em seu apartamento, localizado na avenida Padre Antônio Tomás, no bairro Cocó. Nove armas entre revólveres e espingardas artesanais estavam na residência.
O crime
Os corpos das vítimas foram encontrados por volta das 6 horas no imóvel, localizado no bairro Campo de Aviação. Adriana e a criança foram mortas enquanto dormiam, segundo Sônia Silva, da Perícia Forense do Ceará (Pefoce). A criança foi baleada nas costas e a mãe, na cabeça. O casal morava no bairro Cocó, em Fortaleza. Adriana trabalhava como contadora em uma multinacional e o marido como gerente em outra empresa. O casal teve outra filha, de sete anos, que também estaria na casa no momento do crime.
Quem acionou a Polícia foi o próprio Marcelo, informou o comandante da PM de Paracuru, capitão Charles Robert. “Segundo a versão dele, acordou às 6 horas e foi olhar a esposa, que dormia em outro quarto. Quando mexeu nela notou que estava fria, então viu o sangue e percebeu que estava morta. Depois viu que a criança também estava morta”.
A perita Sônia Silva informou que encontrou um revólver calibre 38 no bebê-conforto da criança. A arma foi encaminhada à DHPP e deve passar por exame de balística hoje. “A arma estava embaixo do forro, bem no cantinho. A pessoa colocou a arma em pé. Ninguém nunca poderia imaginar que ali estivesse um revólver”, indicou.
Redação O POVO Online
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