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descoberta de cobra de 4 patas no CE 24/07/2015 - 21h39

"O problema é que levam fósseis para seus museus e ficamos só com fotos", lamenta paleontólogo

Professor da Urca falou sobre a descoberta do 1º fóssil conhecido de uma serpente de quatro patas, que viveria na Chapada do Araripe, há cerca de 120 milhões de anos
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Amanda Araújo amandaaraujo@opovo.com.br
Dave Martill/University of Portsmouth
Fóssil de cobra de quatro patas

"O problema é que levam os fósseis para os seus museus e nós ficamos apenas com fotografias", lamentou o paleontólogo e professor da Universidade Regional do Cariri (Urca), Álamo Feitosa Saraiva. Em entrevista ao O POVO Online, ele fala sobre a descoberta de uma serpente de quatro patas, que viveria na Chapada do Araripe, há cerca de 120 milhões de anos, e critica o tráfico de fósseis. 

O POVO Online - Como você recebeu a notícia de que pesquisadores europeus publicaram o artigo a partir de um fóssil encontrado na Chapada do Araripe?

Álamo Feitosa - Com muita tristeza. Mais uma vez, material científico-cultural brasileiro é retirado de forma ilegal do nosso país. Mais uma vez o povo brasileiro, e em especial nordestino, fica privado de ter acesso ao que é seu de fato e de direito.

O POVO Online - A fiscalização que existe hoje é suficiente para coibir o tráfico de fósseis na região?

Álamo Feitosa - Não é suficiente e na minha opinião os responsáveis pela fiscalização têm uma visão errada acerca do problema. Faço uma analogia: é como se quiséssemos resolver o problema de consumo de drogas dando uma surra nos bêbados. O que precisamos é que órgãos de fiscalização como o DNPM (Departamento Nacional da Produção Mineral) atue de forma adequada. Digo com isso: pare de se preocupar com os pesquisadores nacionais e se preocupem com os traficantes. Esses sim, precisam de uma repressão a altura das suas ações maléficas.

O POVO Online - Pesquisadores brasileiros têm condições de desenvolver pesquisas como esta anunciada?

Álamo Feitosa - Não tenho dúvidas sobre isso. Nos últimos três anos publicamos descobertas sobre fósseis nas principais revistas científicas do mundo. Somos reconhecidos nacional e internacionalmente como um grupo de pesquisa atuante e produtivo. Não há problema em pesquisadores estrangeiros publicarem trabalhos com fósseis do Brasil. Isso é até muito saudável, a interação entre grupos de pesquisa. O problema é que levam os fósseis para os seus museus e nós ficamos apenas com fotografias.

O POVO Online - Você é crítico da pouca importância que museus naturais têm no Brasil. Na Europa, expor material como este fóssil rende aos museus uma boa bilheteria. O que podemos aprender com eles?

Álamo Feitosa - Os nossos governantes e o povo em geral precisam investir e criar o hábito de consumir cultura. Se fizermos um levantamento de quantas pessoas em Fortaleza, por exemplo, conhecem os museus de sua cidade, mesmo os de renda média e alta, poucos visitaram os cinco principais museus do Ceará. Mas se fosse perguntado a essas mesmas pessoas quem já saiu para Europa e Estados Unidos e frequentou museus em suas viagens, a maioria diria que conhece museus do exterior. Muitas vezes pagamos (caro) para ver o que saiu do Brasil. Concluo: devemos valorizar mais o que é nosso (sem xenofobia).

O POVO Online - Você pode citar outras descobertas importantes ou pesquisas em curso a partir de fósseis encontrados na região?

Álamo Feitosa - Nos últimos anos tivemos importantes descobertas paleontológicas advindas da Bacia do Araripe e realizadas pelo Laboratório de Paleontologia da URCA, em parceria com outras instituições, como a Universidade Federal de Pernambuco e do Museu Nacional. Podemos citar como exemplo o camarão Kellnerius jamacaruensis, o pterossauro Maaradactylus kellneri. Por último, a deslumbrante folha fossilizada da angiosperma Cratosmilaz jacksoni. Para esse ano, temos duas novidades, uma análise histológica do crocodilo Susisuchus anatoceps, que demonstra que esse pequeno crocodilo era representante de uma espécie anã, sendo a menor espécie de crocodilo do Gondwana, além da descrição da quinta espécie de dinossauro da Bacia do Araripe. Vale ressaltar que todos os trabalhos acadêmicos realizados pelo Laboratório de Paleontologia da URCA se preocupam com a procedência do fóssil, depositando os espécimes, ao final dos trabalhos, no Museu de Paleontologia da URCA em Santana do Cariri, onde ficam a disposição da população local e dos turistas.

O POVO Online - Por que este fóssil é considerado um elo perdido? Como esse achado impacta a evolução das cobras?

Álamo Feitosa - "Elo perdido" é um termo utilizado para designar espécies esclarecedoras da origem de um grupo ou de outras espécies. Essa descoberta é como uma peça que faltava para o quebra-cabeça da origem das cobras atuais.

espaço do leitor
Igor Pedroza 19/02/2016 08:57
Seria tão legal se já tivesse o curso de paleontologia, né? Lugares com muito, muito menos já os têm. Qual o motivo de não ter um por aqui?
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