A estudante japonesa de um colégio cearense, Alessa Sumie Sumizono, 16 anos, representou o Brasil como delegada juvenil em um fórum realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Tajiquistão, entre os dias 6 e 10 de junho, junto ao sul-mato-grossense Djeison Rique, de 17 anos.
O fórum infanto-juvenil, cujo tema foi o acesso mundial à água, saneamento básico e higiene, contou com a participação de 60 crianças e jovens de 13 países, e resultou na elaboração de um documento de requisição para mudanças políticas, chamado de "Call to Action", lido por dois adolescentes durante a Conferência Internacional Water of Life, em Duchambe.
O objetivo do documento é reunir os principais objetivos e buscar as mudanças no que diz respeito ao acesso a água de qualidade, saneamento básico e higiene. "A elaboração deste documento foi o mais importante, pois chamava atenção para mobilização dos líderes mundiais", ressalta Alessa, filha de uma cearense e de um descendente de japonês.
Segundo a estudante, residente no Estado há cinco anos, participar do evento internacional foi "muito gratificante", pois, apesar do cansaço, teve a chance de conhecer novas pessoas e lugares, além de ampliar os seus conhecimentos.
"Foram feitos trabalhos em grupos, gráficos, discussões sobre a água, sobre os problemas nos países sobre saneamento básico, e no que tudo isso afeta a vida de crianças como, por exemplo, a vida escolar. Foi muito bacana porque é como se fosse plantada uma sementinha em cada adolescente para pudesse voltar a seu país, trazendo um novo horizonte", explica Alessa.
Protagonismo juvenil
A estudante do Colégio Master conta que foi chamada para participar do evento a convite do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), do qual participa. Ela acredita que foi escolhida por estar envolvida com projetos sociais há dois anos, pela desenvoltura, liderança juvenil, e por ser fluente em inglês.
"Sempre fui muito envolvida em voluntariado, dei palestras para adolescentes sobre seus direitos e deveres, servia na minha igreja, onde lidero um grupo de meninas, e sempre tive interesse em cuidar de vidas, em saber que a fome e a violência existem aqui pertinho, na minha Cidade", afirma a japonesa, cearense "de coração".
Alessa rememora, ainda empolgada, sobre a sua mais recente experiência. "Foi cansativo, mas fui disposta a aprender e aproveitar ao máximo. Queria conhecer os lugares, conversar com as pessoas. Eu não queria nem dormir, nem no avião".
Apesar da pouca idade, a jovem já atenta para uma necessidade de mudança. "É uma sensibilidade que a gente começar a ter e eu quero transformar o mundo", complementa.
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