O POVO


ESTELIONATOS

Cinco golpes que as pessoas mais caem: como se prevenir

23/06/2014 | 20:42

Um anúncio, um dia de negociação e um veículo furtado. Assim aconteceu com a família da engenheira eletricista Norma Bertoldo, que foi vítima do golpe listado como um dos mais comuns pelo especialista em crimes digitais Wanderson Castilho: o envelope fantasma. É quando o estelionatário deposita um envelope vazio em caixas eletrônicos depois do horário comercial e mostra o comprovante de depósito.

No caso de Norma, o golpe partiu após anúncio em um veículo de sua sobrinha, que ficava estacionado na frente de casa. “Um homem então ligou para o número e combinou o valor do carro. No mesmo dia ele disse que ia levar e mandou o comprovante do banco”. Norma, então, recebeu aval para entregar a chave para o estelionatário. A ligação do banco veio logo depois. “Minha irmã tinha dito para nós entregarmos o carro para o homem. Mas depois o Bradesco ligou dizendo que tinham depositado um envelope vazio”.

O golpe do envelope vazio, ou envelope fantasma, é mais comum do que se pensa. O estelionatário se vale do fim do expediente bancário para enganar as vítimas, que não conferem a comprovação da instituição bancária. Como Wanderson explica, não é preciso uma capacidade criminosa avançada, mas às vezes os usuários pecam pela desatenção ou desconhecimento. “No caso de depósitos em dinheiro, é preciso aguardar o próximo dia útil e verificar a confirmação junto ao banco. Para cheques, apenas depois que for compensado e estar disponível em sua conta”, orienta.

Após o golpe, Norma e os familiares seguiram as recomendações de praxe e registraram o boletim de ocorrência. “A Polícia disse que é uma pessoa que está direto aplicando esses golpes em Fortaleza, mas ainda não prenderam”. Na Capital, somente em 2014, foram registrados 678 boletins de estelionato na Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), localizada no Centro da cidade. Em 2013, foram 1435 boletins de estelionato.

Segundo o delegado Jaime de Paula Pessoa, grande parte das ocorrências é encaminhada para os distritos, pois a DDF responde pelos crimes acima de 80 salários mínimos. Os crimes de estelionato mais comuns, ainda conforme ele, são os relativos a consignados, como financiamento de veículos e cartões solicitados mediante fraude. “Esses são os que predominam nos boletins [de ocorrência]. O que a gente orienta é que as pessoas denunciem. E antes disso, não se precipitem em depósitos até a confirmação do banco”, explica.

Os cinco golpes que as pessoas mais caem
O especialista Wanderson e o delegado Jaime listaram os cinco golpes mais comuns, atualmente:
1. Sites falsos
2. E-mails com arquivos e links maliciosos
3. Depósitos Fantasmas
4. Caixas adulterados
5. Consignados (financiamentos de veículos e cartões solicitados mediante fraudes)

Como se prevenir

Wanderson explica que é preciso estar bem atento aos golpes que são aplicados na Internet, deixando sempre o computador e antivírus atualizados. Além disso, ele cita a importância de ler matérias que meios de comunicações confiáveis publicam para que as chances de você ser a próxima vítima sejam menores.

Confira o bate-pronto:

O POVO - De acordo com seu conhecimento sobre segurança bancária, existe algum banco que ainda está à margem, no quesito segurança? E qual o mais confiável atualmente?
Wanderson Castilho - As instituições bancarias brasileiras são as mais seguras do mundo, devido a alta capacidade de golpes que o bandidos empregam, fizeram que os bancos ficassem cada vez mais rígidos quanto a isso.

OP - O De uma maneira geral, o sistema bancário brasileiro é suficientemente seguro para o cliente?
WC - Sim. O elo mais fraco sempre será o usuário, pois esse sempre tem menos recursos e conhecimentos sobre os novos golpes aplicados.

OP - O que dá segurança nas compras ou transações online?
WC - A criptografia aplicada no site, ou seja https, seu computador protegido e o usuário com conhecido no que esta fazendo.

OP -
Que tipo de informação pessoal um banco pode vir a pedir através de SMS, Internet, ou por telefone?
WC - Nenhum. As instituições bancárias evitam a pedir informações pessoais por estes meios. No máximo elas pedem para você confirmar as informações que já possui, exemplo, completa o seu CPF, quando a atendente já disse os primeiros números. E caso ainda, alguma instituição requisite informações pessoais por estes meios, prefiram ir na agência pessoalmente.

OP -
Em que situação o usuário pode confiar num mediador de alguma transação bancária?

WC - Apenas quando a instituição bancária confirmar esta informação, e guarde esta confirmação, que pode ser por e-mail, ou protocolo de atendimento. Você tem que se certificar de que o site é daquela instituição. Qualquer dúvida, não faça a transação.