Mais de 500 mil pessoas sofrem de alguma doença renal no Ceará
12/03/2014 | 20:39Envelhecimento da população, diabetes, hipertensão, sobrepeso. Esses fatores reunidos vêm fazendo aumentar o número de pessoas com doenças renais em 8% a cada ano. A média diária é de 22 pacientes que tiveram quase a totalidade da perda das funções dos rins. No Ceará, mais de 500 mil pessoas sofrem de alguma doença renal e, dessas, quase três mil passam por tratamento de diálise, nas clínicas da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT).
No Brasil, o número de pessoas ligadas a uma máquina para sobreviver ultrapassou a marca dos 100 mil pacientes. A estimativa é de que entre 10 milhões e 15 milhões de brasileiros tenham algum grau de comprometimento dos rins.
Para conter esse avanço é necessário prevenção. O tema será trabalhado durante a semana do Dia Mundial do Rim, celebrado nesta quinta-feira, 13, no Congresso Nacional, em Brasília (DF), por entidades médicas, de enfermagem e de pacientes, respectivamente, ABCDT, Soben e Fenapar.
FATORES DE RISCO
Hipertensão arterial, diabtes melittus, sobrepeso, tabagismo, idade acima de 50 anos, história familiar de doença renal ou de algum tipo de doença renal estão entre os principais fatores de risco para a DRC. Dados apontam que mais de 30% da população adulta tem hipertensão arterial, cerca de 8% tem diabetes, 18% é tabagista e cerca de 50% tem excesso de peso. Do total de pessoas em diálise, mais de 60% dos casos evoluíram da diabetes e hipertensão.
DIAGNÓSTICO PRECOCE
Cerca de 70% dos pacientes que entram em diálise descobriram o problema quando os rins já estavam gravemente comprometidos.
GRAVIDADE
Quem tem 30 anos e sofre de doença renal crônica tem a mesma chance de morrer por problema cardiovascular que um senhor de 80 anos.
HÁBITOS SAUDÁVEIS
Atitudes saudáveis, como a boa alimentação, e a prevenção são fortes aliados no combate a essas doenças, evitando o excesso de sal, carne vermelha e gorduras, além de fazer exercícios físicos regularmente. Ficar de olho na balança e não fumar também ajuda na manutenção dos rins saudáveis.
EXAMES
Além do controle da Diabetes e Hipertensão, exames de rotina podem anunciar problemas nos rins, entre os quais: teste de sangue para creatina e a detectação da presença de proteína ou sangue na urina.
A DOENÇA RENAL CRÔNICA
É caracterizada pela perda lenta, progressiva e irreversível da função dos rins. Até a perda de 50% do funcionamento dos dois rins, o paciente permanece praticamente sem sintomas. A partir desse ponto, surgem sintomas como inchaço, pressão alta, anemia, entre outros.
CAUSA
O último censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia apontou como causa de DRC: 35,2% para Hipertensão, 27,5% para diabetes, 12,6% para glomerulonefrites, 4,2% para doença renal policística e 20,5% para outros diagnósticos.
TRATAMENTOS (Doença Renal Crônica)
Conservador
Medidas clínicas, como a administração de medicamentos, modificações na dieta e estilo de vida, utilizadas para retardar a piora da função renal, reduzir os sintomas e prevenir complicações ligadas à doença renal crônica.
Diálise peritoneal
Feita em casa e diariamente, é opção de tratamento para os pacientes que sofrem de doença renal crônica avançada. Para a eliminação dos resíduos, o sangue que circula nos vasos sanguíneos do peritôneo (uma membrana da cavidade abdominal) fica em contato com um líquido de diálise. Essa substância é colocada na cavidade abdominal do paciente através de um cateter. Com treinamento do paciente e familiares, permite o tratamento no domicílio das pessoas com doença renal.
Hemodiálise
Realizada três vezes por semana em uma clínica, a hemodiálise está indicada para pacientes com insuficiência renal aguda ou crônica graves. Na hemodiálise, o sangue é filtrado por uma máquina e essas substâncias acumuladas no sangue são removidas. A melhor opção de tratamento é uma decisão tomada em conjunto com o paciente e o seu médico nefrologista.
Transplante renal
No transplante renal, um rim saudável de uma pessoa viva ou falecida é doado a um paciente portador de insuficiência renal crônica avançada. Através de uma cirurgia esse rim é implantado no paciente e passa a exercer as funções de filtração e eliminação de líquidos e toxinas.