Os políticos cearense optaram por cargos e boquinhas no governo federal em troca de obras para o estado. tem sido assim desde 2003.
Irna Cavalcante
irnacavalcante@opovo.com.br
A suposta fala do ministro Joaquim Levy sobre a preferência para que o hub do Grupo Latam (formado pelas companhias aéreas TAM e Lan) fique em Fortaleza continua rendendo polêmica, especialmente em Recife (PE).
Informações publicadas pelo jornal Diário de Pernambuco dão conta que a presidente Dilma Roussef designou o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, para acompanhar o caso. E que Wagner, que como ministro da Defesa vinha tratando da cessão da Base Aérea do Recife para a aviação comercial do aeroporto, reafirmou ao governador de Pernambuco, Paulo Câmara, o compromisso de que não haveria influência política na questão. Mesmo com os desmentidos, a desconfiança agora está sobre o ministro de Desenvolvimento Econômico, Armando Monteiro Neto (PTB).
De acordo com a publicação, com o título “Bastidores do HUB”, do dia 17, dentro do governo de Câmara, existe um sentimento de que o ministro, mesmo sendo pernambucano, “se não está trabalhando contra o Hub, pouco vem se esforçando para atrair o investimento”.
Estão na disputa pela instalação do centro de voos na região nordeste: Recife (PE), Fortaleza (CE) e Natal (RN). Dois estudos já foram divulgados pela Latam sobre o investimento. O mais recente deles, da consultoria Arup sobre a infraestrutura dos aeroportos, divulgado na última quinta-feira, 15, apontou mais vantagens para implantação em Fortaleza e Natal, já que em Recife pede-se a construção de um novo terminal do lado da pista que fica oposto ao terminal atual, o que vai requerer a liberação da área hoje ocupada pela base militar.
Enquanto que em Fortaleza a orientação é para um “crescimento orgânico” do Aeroporto Pinto Martins e para Natal o seguimento da ampliação já em curso.
Em evento público na última sexta-feira, 16, o governador cearense, Camilo Santana, reafirmou que o Estado vem fazendo um esforço concentrado para cumprir todas as exigências técnicas para atrair o investimento para o Estado. A expectativa é de que até o dia 15 de novembro, a viabilização da cessão da área da Base Aérea para uma possível ampliação do aeroporto já esteja concluída.
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