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Saber lidar com os próprios gastos e analisar as finanças pessoais pode ser ainda mais difícil quando o consumidor tem a concepção errada do que é estar ou não endividado. Em uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de Educação Financeira Meu Bolso Feliz, apenas 28% dos consumidores dizem estar endividados no momento, e o percentual aumenta para 33% entre os pertencentes às classes C, D e E. Porém, o estudo revela que 73% dos entrevistados têm uma noção errada sobre o que é estar endividado.
Para mais da metade dos consumidores (52%), estar endividado significa ter contas atrasadas. Há também os que acreditam que é ter o nome registrado em entidades de proteção ao crédito (21%).
Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, uma pessoa considerada endividada é aquela que tem parcelas a vencer, de compras que foram divididas ou de empréstimos feitos. "Quando estas parcelas ficam pendentes por conta de atraso, a pessoa passa de endividada para inadimplente, esteja o nome registrado em serviços de devedores em atraso ou não", explica.
A pesquisa também sugere que o controle do orçamento está relacionado à percepção do endividamento: entre os que fazem o controle formal de seus ganhos e gastos, 86% não se consideram endividados, contra 66% entre aqueles que não controlam seu orçamento.
Atraso em pelo menos uma conta
Durante 2014, 41% dos entrevistados admitem ter atrasado ao menos uma conta - este percentual aumenta para 50% entre os pertencentes às classes C, D e E. Entre aqueles que conseguiram quitar a dívida, 75% afirmam ter feito em até um mês - esse número passa para 82% no caso do cheque especial e 58% no caso de empréstimos. A pesquisa também detectou um aumento médio de 69% entre o valor inicial da dívida e o valor final dela - depois de dois anos, após a cobrança de multas e juros pelos credores.
Perguntados se conseguem reservar uma parte do dinheiro no final do mês, 36% dos consumidores ouvidos disseram não ter sobras financeiras e 15% alegaram ter ficado no vermelho, com gastos maiores do que os ganhos. "O principal motivo para 32% dos consumidores ficarem nessa situação foi o descontrole nas compras e a perda da noção dos gastos", relata Kawauti. "Outro fator importante para que as pessoas percam a mão na hora das compras é o crédito fácil disponível no mercado - 9% dos entrevistados relataram essa causa por ocasionar mais despesas do que o orçamento permitia, o que fez com que 54% dos consumidores não conseguissem quitar seus débitos."
85% dos consumidores de classe C controlam orçamento e endividamento62% das mulheres dizem ter vida financeira organizada, diz SPC
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