[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Sem naftalina O POVO
TV Pop 13/05/2015

Sem naftalina

notícia 2 comentários
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Émerson Maranhão emerson@opovo.com.br
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Até que demorou, mas finalmente o humorístico Zorra, exibido pela TV Globo nas noites de sábado, perdeu o cheiro de naftalina que o caracterizava. Dezesseis anos depois de sua estreia, o programa abandonou uma maneira de fazer humor que remetia aos primórdios da televisão no Brasil e parte em busca de um diálogo com o riso contemporâneo.


Nesta missão, a primeira providência foi zombar de si próprio impiedosamente, ou melhor, de seu passado recente. Num dos primeiros quadros exibidos na estreia, sábado passado, um bem cuidado número musical trouxe o elenco para apresentar a nova linha do Zorra. “É um programa sobre a vida real / um monte de cenários, elenco genial / Foi feito pra entreter / A classe ABC / DEFG”, anunciou a letra.


Para em seguida, decretar: “Mas, se por acaso, a audiência não bombar, / Valéria e Janete podem ressuscitar / Põe no ar de volta / A receita conhecida / Dois peitões, ‘uma bichona’, ‘Ah, como eu tô bandida’”, (enquanto os personagens Valéria e Janete, como zumbis, se levantam de catacumbas em um cemitério cenográfico). E, na sequência, projetar o preço que elenco, roteiristas e direção “pagarão” em caso de fracasso de audiência da nova proposta: “Mas se não gostar, ‘tamo na rua / Ou na RedeTV!”.


Não à toa, a grande mudança do Zorra foi capitaneada por Marcius Melhem, que está à frente da equipe de roteiristas (juntamente com Celso Taddei e Gabriela Amaral), e por Mauro Farias, que assumiu a direção geral, em substituição a Maurício Sherman, que criou a atração e recentemente se aposentou, depois de seis décadas de trabalho na televisão.


Melhem, juntamente com Marcelo Adnet, também é responsável pelo Tá no Ar - A TV na TV, o humorístico mais bem sucedido da Globo nos últimos anos (TV Pop comentou sua estreia). Ambos os programas bebem das mesmas referências e têm linguagens semelhantes e, o mais importante, estão antenados com o humor produzido para a web, que tem sido um verdadeiro fenômeno de audiência, como o do grupo Porta dos Fundos.


A intenção de falar para este público – e conquistá-lo – é tão clara que o primeiro programa está disponível na íntegra no site da Rede Globo, inclusive para não assinantes do canal (é possível assisti-lo neste link: http://glo.bo/1FikBqA). Não só. Além do programa inteiro, com 33 minutos e 44 segundos de duração, a Globo também disponibiliza 13 esquetes (pequenas cenas com começo, meio e fim de uma história) separados, como cerca de um minuto e meio cada. Qualquer tentativa de viralização não terá sido mera coincidência.


Entre os esquetes que compõem o programa prevalece um olhar carregado de ironia e sarcasmo sobre situações cotidianas e um outro puro nonsense. Destaque para a rebelião de presos que têm como reivindicação a separação por celas daqueles que têm signo zodiacal em “inferno astral” com a maioria dos detentos; o aplicativo para smartphones “Assalto Fácil”, que agiliza a vida tanto de bandidos quanto de vítimas, uma vez que possibilita ao usuário a escolha do tipo de ação que sofrerá; e a velhinha que se vinga de atendentes de um serviço de instalação de TV a cabo, prendendo e torturando psicologicamente os técnicos que consegue levar até sua casa.


E um dos melhores da noite foi o protagonizado por Fabiana Karla interpretando uma dona de casa desesperada que vai à delegacia prestar queixa do desaparecimento de seu tuperware. Impossível não lembrar de Regina Casé interpretando a milionária que fica presa na sauna de sua mansão e entra em desespero porque abriu o último potinho de foie gras e não tem mais o que oferecer para a imprensa que a entrevista por uma fresta na rocha que soterrou sua casa.


O esquete protagonizado por Regina Casé foi ao ar no saudoso TV Pirata, humorístico que está nos fundamentos tanto do novo Zorra quanto no Tá No Ar. Qualquer uma destas atuais atrações são herdeiras diretas do programa dirigido por Guel Arraes em 1990 e que renovou verdadeiramente o humor na TV brasileira.


Além das mudanças no roteiro e direção, o novo Zorra também traz novidades no elenco, como Dani Calabresa, George Sauma, Luis Miranda e Débora Lamm. A estes, somam-se alguns dos veteranos do programa como Fabiana Karla, Paulo Silvino, Nelson Freitas, Rodrigo Sant’anna e Agildo Ribeiro.


Aliás, coube a Agildo interpretar um esquete que é uma pequena síntese do que se propõe o novo Zorra. Seu personagem (que tem o nome do ator) procura um médico incomodado por ouvir claques de risos e aplausos a cada frase que pronuncia. “É que eu sai de um programa de televisão, mas o programa não saiu de mim”, explica. Para bom espectador, meia piada basta.


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Lourão Veipes 15/05/2015 11:18
Cara que texto show!!! Demorei 16 anos para rir com o Zorra... ;)
Lourão Veipes 15/05/2015 11:18
Cara que texto show!!! Demorei 16 anos para rir com o Zorra... ;)
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