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As ciclofaixas instaladas no Meireles provocam reclamações desde que foram instaladas. Agora, questiona-se que são poucos ciclistas, enquanto há um monte de carros querendo passar por lá. São poucos ciclistas, sim, diante do que poderia e deveria ser. São poucos porque a cidade não foi feita para contemplar as várias opções de transporte, mas olhou apenas para o veículo particular. Não há mais bicicletas porque as ciclovias são poucas, obstruídas, descontinuadas. Porque ciclofaixas são experiências novas por aqui. Porque são raros os percursos que se consegue fazer de ponta a ponta em espaços destinados à bicicleta, sem precisar enfrentar a concorrência e o perigo representados pelos carros.
Na verdade, é enorme a quantidade de pessoas que usa bicicleta – basta ir para a periferia no fim de tarde observar a quantidade de pessoas que usa o veículo em deslocamentos, geralmente longos, entre trabalho e residência.Mesmo assim, é fato que grande parte da cidade não tem cultura de se locomover desse modo, porque Fortaleza não foi concebida para tal. Todavia, a Capital se torna inviável a cada dia com essa concepção. Ela precisa contemplar com qualidade outras opções de mobilidade, inclusive a pé. E a bicicleta é meio de transporte central em qualquer cidade com qualidade de vida.
Fortaleza não é uma cidade para ciclistas, mas precisa ser. É, de fato, da construção de uma nova cultura urbana de que se está tratando. Isso não ocorreria mesmo sem resistências, mas o caminho é necessário.
MENOS ESPAÇO AINDA PARA CARRO
Quando vejo a reclamação porque parte de uma faixa para carros foi destinada a bicicletas, imagino qual não será a reação quando essas mesmas pessoas descobrirem que quase todas as obras em curso em Fortaleza têm como principal justificativa criar corredores exclusivos para ônibus. Sim, tirar uma ou até duas faixas onde hoje seus carros circulam e destinar apenas a transporte coletivo. Serão cinco dos chamados BRTs, em algumas das vias mais movimentadas de Fortaleza, como Antônio Sales, Engenheiro Santana Júnior, Raul Barbosa, Aguanambi, José Bastos...Mais curioso ainda fico para ver a reação quando essas pessoas descobrirem que os tão discutidos e discutíveis viadutos do Cocó – que, conforme já escrevi, não julgo a melhor alternativa nem ambiental, nem de mobilidade, nem urbanística, – tiveram como principal justificativa criar justamente uma dessas faixas exclusivas que tiram espaços do carro para dar para o transporte coletivo.
Vai ter mais choro, mas, sem prejuízo da discordância em relação aos viadutos, o caminho de tirar espaço do carro individual para priorizar outras formas de deslocamento está correto e é inadiável.
A COPA DA DESEDUCAÇÃO
Levantamento da Agência Pública mostra que o dinheiro federal para construção e reforma de estádios supera o volume repassado pela União para educação em nove das 12 cidades-sede. Fortaleza está entre elas. Foram R$ 351 milhões em financiamento para o Castelão, contra R$ 318 milhões para a educação municipal. O estudo abrange os últimos quatro anos e foi feito com base no Portal da Transparência, da Controladoria Geral da União (CGU). As exceções entre as sedes da Copa são Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. A distorção é evidente e absurda, mas não surpreendente. Nesta Copa, afinal, já se tentou demolir a escola Friedenreich, um dos colégios públicos mais bem avaliados no Rio de Janeiro, como parte da reforma do Maracanã. A justificada revolta popular fez o governo recuar. Já em Belo Horizonte (MG), o prefeito Márcio Lacerda (PSB) teve a cara dura de ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedir autorização para gastar menos que o exigido pela Constituição em educação, para realizar os investimentos relacionados à Copa.ÁGUA E FÉ
O governador Cid Gomes (Pros) inaugura hoje, em Tauá, mais uma das 14 adutoras emergenciais voltadas a municípios atingidos pela seca. Oremos.
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