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Desde seu nascedouro, o Partido Social Democrata (PSD) se configura como uma das mais oportunistas empreitadas já vistas na história política do Brasil. Nas últimas décadas, nenhum partido com tal dimensão foi organizado de forma tão desavergonhada, desprovida de princípios e disposta a fazer conchavo com todos os lados. Por isso, atrai aventureiros e aproveitadores de toda parte. É o mais bem acabado exemplo de uma estrutura política que perdeu o rumo e os propósitos. A falência absoluta de um modelo. Mas até esse balcão de negócios, na precisa definição de Tasso Jereissati, foi longe demais.
NOVO PARTIDO QUER “RELAÇÃO ABERTA” COM FILIADOS
Caso se confirme o que noticiou ontem o jornal Folha de S.Paulo, o novo PSD incluirá em seu estatuto que os filiados não precisarão respeitar a fidelidade partidária. Ou seja, não pedirá de volta o mandato de quem se eleger pela legenda e decidir, por alguma conveniência, pular fora do barco. Nem se preocupa em manter as aparências quanto a princípios ou ideologias. Coloca-se na prateleira para desfrute de quem desejar dele se valer como trampolim eleitoral.
A norma da fidelidade, instituída pela Justiça Eleitoral, foi a maior conquista da política brasileira nos últimos anos. O PSD, que já começa a estender seus tentáculos ao Ceará, nasce jogando esse princípio na lixeira.
TRAGÉDIA ESPORTIVA NO PAÍS DA COPA
Este fim de semana, como foi o passado, é de decisões no futebol brasileiro. O que se espera que não se repita é a tragédia de uma semana atrás, provocada por confrontos relacionados aos jogos País afora. No Rio de Janeiro, dois torcedores foram mortos e pelo menos outros nove foram baleados. Em Goiás, um torcedor foi morto a tiros. Em São Paulo, um jovem ficou ferido após ser covardemente agredido por outros seis que torciam para o time adversário. O grupo o cercou e chutou enquanto estava caído no chão.
A Copa do Mundo será daqui a três anos e um mês. Durante a competição, é de se esperar que tudo corra às mil maravilhas. O Brasil já organizou outros grandes eventos e a mesma mágica sempre se viu nas cidades-sede: pobres e sujeira desaparecem, enquanto surge milagrosamente uma segurança ostensiva. A Copa deve ser o ápice desse jeito brasileiro de promover eventos.
A questão é que, se o país organizador da Copa fosse escolhido por mérito, fazendo justiça a quem demonstra qualidade na organização de seu futebol, o Brasil não receberia nem campeonato de dente de leite da Fifa.
MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA PODE VIRAR MAIOR ROUBALHEIRA DO BRASIL
Se uma fração dos investimentos previstos para a Copa do Mundo de 2014 sair do papel, o Brasil terá conhecido o maior programa de obras de sua história. Uma oportunidade extraordinária de mobilizar recursos que, de outra forma, dificilmente seriam viabilizados. Mas pode ser, também, uma porta aberta para a maior farra de corrupção que o País já conheceu - e olha que isso não é coisa pouca, não. A chave que pode permitir uma roubalheira sem precedentes está no ritmo dos trabalhos. E o andamento das obras é cada vez mais preocupante.
O estádio da abertura, previsto para São Paulo, será construído do zero, mas ainda não saiu da intenção. A reforma do estádio da final, o Maracanã, ainda está no início. Mas o valor já passou dos R$ 400 milhões inicialmente orçados para mais de R$ 1 bilhão. Em Recife e Cuiabá, está sendo concluída a terraplanagem para começar a construir os estádios. Em Curitiba e Natal, os trabalhos nem começaram. E olha que as obras das arenas esportivas são o que há de mais adiantado nos preparativos para a competição. Atrasadas mesmo estão as intervenções na área de transportes e urbanismo.
O X do problema é que o atraso pode interessar a muita gente. O filme é velho e repetitivo. A última versão foi tristemente exibida nos Jogos Pan-americanos de 2007, no Rio de Janeiro. Obras fora de cronograma são uma excelente justificativa para a desova desregrada de dinheiro público, dispensa de licitação, flexibilização de licenças ambientais, frouxidão na fiscalização. Em resumo, caminho livre para corrupção em larga escala.
AGRADECIMENTO
Ao fim da primeira semana como redator diário dessa coluna, aproveito para agradecer às muitas mensagens, que chegam das mais diversas formas, de leitores, colegas, amigos, fontes, familiares, manifestando apoio nesta prazerosa, não obstante desafiadora empreitada. Agradeço também pelas críticas, que ajudam a aperfeiçoar o trabalho.
A propósito, o colunista está também no Twitter. Quem desejar me seguir, o perfil é @firmoerico. Lá você encontra comentários até sobre política. A coluna volta na segunda-feira, com Erivaldo Carvalho. Estou de volta na terça-feira. Até lá.
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