[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive]
O pequenino Parque Araxá é um daqueles bairros que geram uma boa impressão logo na primeira olhada. Mesmo localizado numa região central de Fortaleza, entre as movimentadíssimas avenidas Bezerra de Menezes e Jovita Feitosa, o tempo parece passar mais devagar por aquelas bandas. Ao ritmo gostoso das conversas nas calçadas, dando conta da vida alheia, discutindo futebol ou bebendo umas e outras com os amigos.
A escolha do nome do bairro é uma história bem curiosa. Antigamente, lá pela década de 1950, o bairro possuía muitos terrenos com “mata virgem”. Poucas casas habitavam o lugar. Um dos mais conhecidos era o cercado do Zé Crateús. “Mas as terras não eram dele, e sim da família Diogo. Quem administrava era o José Crateús”, explica o aposentado José Benes do Nascimento, 71, morador do bairro por 33 anos. Naquele tempo, a região era toda conhecida por Otávio Bonfim.
Segundo o jornalista e músico Juracy Mendonça, diretor do jornal do bairro, os moradores mais antigos relembram a história de uma famosa cacimba - localizada na rua José Sombra, quase esquina com a atual avenida Jovita Feitosa. A água do poço era considera de ótima qualidade e logo ficou conhecida por ter poderes medicinais. “Vinha gente de muito longe para pegar a água e usá-la para curas”, explica Juracy.
Inclusive, o bairro também possuía a Lagoa da Onça, utilizada pelos moradores para recreação e pesca. Porém, com o tempo, ela foi sendo aterrada para a construção de casas e, hoje, sobrevive apenas na memória dos habitantes mais antigos.
No início dos anos 50, os terrenos da região começaram a ser vendidos e uma das imobiliárias decidiu colocar o nome de “Loteamento Araxá”, em referência à cidade mineira conhecida pelas fontes termais com propriedades terapêuticas. Mas a cacimba da Araxá cearense teve um fim nada honroso. Juracy relata que um assassinato aconteceu no bairro e o corpo foi jogado na fonte de água. “Isso acabou com a fama dela”, diz ele. Mas o nome do loteamento pegou e passou a ser usado para identificar o bairro.
Início impreciso
O jornalista Juracy Mendonça afirma que, até hoje, não se conseguiu descobrir a data precisa de criação do bairro. Mas seu Benes do Nascimento informa a adoção do nome ocorreu logo nos primeiros anos da década de 50. “Era um local ermo e mudou muito ao longo dos anos”, recorda o aposentado. Para ele, a impressão é de que o bairro povoou e se valorizou rapidamente. “Hoje, é uma fortuna uma casa no Parque Araxá”, comenta.
O sentimento é de que o bairro extrapola os limites oficiais impostos pela Prefeitura. “Oficialmente, ele é muito reduzido. Isso tira do bairro vários locais que, tradicionalmente, pertencem ao Parque Araxá. No imaginário do povo, ele se estende até a rua Padre Cícero”, avalia Juracy.
Para os habitantes, fica a satisfação de morar num bairro com boa infraestrutura e de excelente localização. As opções de linhas de ônibus na região são as mais variadas. “Para ir ao Centro, por exemplo, é bem rápido”, comenta o ambulante César Pinheiro, 59.
A boa vizinhança
Aos poucos, o bairro está se “sofisticando”. Aqui e acolá, encontram-se residências muito bem estruturadas, tidas como de “alto padrão”. Torcemos para que os antigos e novos moradores consigam manter o clima de “boa vizinhança” para que o Parque Araxá continue a ser reconhecido como um dos bairros mais simpáticos de Fortaleza.
BAIXA PRESSÃO
MORADOR RECLAMA DE PROBLEMAS NO ABASTECIMENTO D’ÁGUA
1. O advogado Claúdio Costa, 64, reclama de constantes problemas na pressão da água distribuída na região. Nos dois anos em que voltou a morar no bairro, ele diz que, por diversas vezes, a água não tinha força suficiente para chegar até a caixa d’água. “A gente passa dois ou três dias sem água”, afirma ele. Quando isso acontece, é preciso abastecer o domicílio, utilizando a torneira existente ao lado do hidrômetro.
RESPOSTA. A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) informa que, historicamente, não há registros de problemas de abastecimento no Parque Araxá. Segundo a companhia, esse pode ser um problema pontual da residência do seu Cláudio Costa. Uma equipe foi enviada ao local ontem, mas não conseguiu localizar o morador. Uma nova visita está programada para a manhã de hoje.
ASSALTOS
POPULAÇÃO TEM SENTIMENTO CRESCENTE DE INSEGURANÇA
2. Os moradores do Parque Araxá relatam que, nos últimos anos, a sensação de insegurança está crescendo no bairro. “É um bairro bom, até bem pouco tempo não tinha problema de bandidagem. Hoje está terrível”, diz o aposentado José Benes do Nascimento, 71. Já o representante comercial Haroldo Torres, 57, informa que a praça Ari de Sá Cavalcante, durante a noite, é um local muito inseguro. O lugar também sofre com a má-conservação e muitos equipamentos estão quebrados. Haroldo diz que os moradores sentam-se nas calçadas mais durante o dia. Consideram que, à noite, estão expostos aos riscos da violência.
RESPOSTA. O comandante da 3ª Companhia do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM), major Océlio Alves, informa que o bairro é atendido por uma viatura do Ronda do Quarteirão e outra do Policiamento Ostensivo Geral (POG). Na avaliação dele, o Parque Araxá é considerado um bairro bem tranquilo, sendo registrado, majoritariamente, crimes contra o patrimônio.
EM ALTA
CADEIRA NA CALÇADA
Os moradores do Parque Araxá ainda mantêm o hábito de prosear nas calçadas
EM BAIXA
ESPAÇOS DE LAZER
O bairro possui poucos equipamento de lazer para comunidade
RONDA
O Povo nos Bairros publica não conseguiu entrar em contato com a equipe do Ronda do Quarteirão responsável pelo Parque Araxá. Em caso de urgência, ligue para 190
6,7 MIL
Habitantes
O Parque Araxá possui 6.715 moradores, distribuídos numa área de 0,5 km²
PARQUE ARAXÁ
É a cara do meu bairro
Qual é a imagem que você acha a cara do seu bairro? Participe, envie sua foto para nós: opovonosbairros@opovo.com.brPraça Ari de Sá Cavalcante. O logradouro é um ponto de referência para os moradores do Parque Araxá. “Essa é uma pracinha muito antiga”, afirma o morador Haroldo Torres. O jornalista Juracy Mendonça informa que a praça “é muito animada em relação à prática de esportes”. Porém, o equipamento está situado nos limites do bairro Amadeu Furtado. Só que, para os moradores, o que vale é o sentimento de afeto pelo lugar.
PRAIA DO FUTURO
PROBLEMAS NA AVENIDA ZEZÉ DIOGO
3. O leitor João Luiz Caracas reclama dos serviços de recuperação da avenida Zezé Diogo, na Praia do Futuro. Ele afirma que a obra nem foi concluída, mas um dos trechos recuperados - entre as ruas Renato Braga e Ismael Pordeus - já está esburacado. Ele diz ainda que a tampa dos bueiros está no nível abaixo da pista, prejudicando o tráfego de veículos.
RESPOSTA. A Secretaria do Turismo de Fortaleza (Setfor) informa que a obra está com 40% dos trabalhos concluídos. Segundo o órgão, a empresa responsável foi notificada dos problemas e deverá fazer a recuperação do trecho citado pelo leitor. A secretaria esclarece que as tampas de visitas de drenagem serão recuperadas, para que fiquem ao nível da rua. O prazo para a conclusão dos serviços é até dezembro deste ano e o custo total é de R$ 81,7 milhões.
Fale com o Geimison
Envie reclamação sobre o seu bairro. Ela será publicada junto com a resposta do órgão responsável. (De quarta a sexta, das 14h às 19 horas)
85 3255 6114 ou 3255 6118
FAX 85 3255 6139
Escreva para: opovonosbairros@opovo.com.br(Coloque seu nome e telefone)
Av. Aguanambi, 282
Joaquim TávoraCep: 60055-402
Multimídia: A coluna O POVO nos Bairros também possui uma versão em vídeo no O POVO Online
GEIMISON MAIA é repórter do Núcleo Cotidiano
Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object
Newsletter
Copyright © 1997-2016