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Entende-se por guerra total a mobilização bélica radical cujo objetivo não é apenas derrotar o adversário, mais sim levá-lo ao extermínio. Em política, este tipo de guerra busca, além da vitória, o extermínio moral e psicológico do adversário. Não se faz distinções éticas e morais para se atingir a meta estabelecida. Há evidentes sinais de que a guerra total foi decretada para eliminar Marina Silva.
Um das mais claras sinalizações é a tentativa de pregar na ex-senadora e ex-ministra do PT a pecha de “homofóbica”. Isso, mesmo que não haja um reles fato que sustente a condenação e mesmo que seu programa de Governo diga exatamente o oposto. Quem acompanha de perto a política, sabe bem como este tipo de movimento se evidencia. Hoje, o campo de batalha se dá na guerrilha suja dos soldados “fakes” que se postam nas redes sociais.
Nessa mesma guerrilha, cobra-se da candidata uma posição sobre o matrimônio gay, mesmo que já seja fato pacificado por decisão do Supremo. Curiosamente, essa cobrança não é dirigida nem à Dilma Rousseff e nem ao Aécio Neves. O objetivo é impor à Marina uma agenda para colocá-la em confronto com um setor influente do eleitorado.
O mesmo movimento de ataque ocorre em várias outras frentes. Ler a Bíblia, ora vejam, passou a ser apontado como um problema. Como se, uma vez presidente, Marina fosse buscar no livro a resposta para a compra ou não de, por exemplo, aviões de guerra. Além do preconceito religioso, aí há uma esperteza: passar a ideia de que a candidata é uma fanática obscurantista.
Agora, acabar de surgir uma mobilização sindical, obviamente relacionada ao PT, que programa fazer manifestações a favor do pré-sal. Algo tipo “o pré-sal é nosso”. Como o programa de Marina dedicou poucas palavras a essa fonte de petróleo, a ideia é martelar que Marina é contra o pré-sal, mesmo que não seja. Percebem?
Não importa a verdade. O que importa é fazer desmoronar a concorrência. Novas ondas serão criadas artificialmente. A guerra será longa. O segundo turno já começou. A oponente de Dilma não tem estrutura partidária, não tem tempo de TV e não tem militância ativa para se contrapor com desenvoltura aos duros ataques que estão sendo e serão desferidos.
NOMES AOS BOIS
Na noite da última sexta-feira, explodiu na tela dos principais portais de informação eletrônica do País a notícia de que o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, teria citado em suas confissões (delação premiada) o nome de três partidos e de 62 políticos que estariam envolvidos nos milionários esquemas de corrupção da estatal. Seriam 12 senadores, 49 deputados federais e um governador. Os citados receberiam propina de 3% do valor dos contratos firmados entre a iniciativa privada e a Petrobras. É óbvio o potencial destrutivo para os políticos e partidos envolvidos caso venham a público mais detalhes acerca do depoimento. E é muito provável que assim ocorra. Certamente, muitos comitês entraram em estado de absoluta tensão.
O VIRTUOSO ITAMAR
A tal da “nova política” que vem sendo pregada por Marina Silva quer dizer o que? A princípio, o sentido do termo diz respeito às sempre muito complicadas e desgastantes relações entre o Governo Federal e o Congresso. Seria então preciso estabelecer uma relação profícua, acabando com o usual “toma lá, dá cá”. Por exemplo, trocas de apoio político por cargo, por dinheiro (Mensalão) ou por liberação de verbas do orçamento. Na verdade, a “nova política” seria uma cultura política não tão nova assim. É sempre bom lembrar que em seu período como presidente da República, o mineiro Itamar Franco não se rendeu à promiscuidade na relação com partidos e congressistas. Itamar enfrentou gente de peso como Antônio Carlos Magalhães, que era senador, sem se sujar e sem abrir mãos dos melhores princípios. Não foi à toa que os tucanos trataram de apagar a virtuosa passagem de Itamar pelo Palácio do Planalto.
GERAÇÃO ESPONTÂNEA
Caso Marina Silva consiga chegar ao segundo turno, já terá conseguido pelo menos iniciar uma linha que, a rigor, pode ser enquadrada como uma cultura política menos atrasada. Com apenas dois minutos no horário eleitoral do rádio e televisão, ficará provado que perderá o sentido usar mundos e fundos para atrair aliados e conquistar um latifúndio de tempo no palanque eletrônico. É fato: a cada eleição a audiência do horário gratuito vem caindo significativamente. Quanto mais se popularizar a TV por assinatura, menor será a audiência dos programas eleitorais. Com o tempo, a tendência é que esse tipo de propaganda, que não é gratuita e é paga pelo contribuinte, deixe de ter peso nas campanhas. A propósito, alguém já viu algum adesivo de Marina Silva?
ALVO A ABATER
Cid Gomes entrou pesado na guerra total para tentar desmontar Marina Silva. Não é à toa. As pesquisas internas da aliança Pros-PT vinham detectando forte crescimento da candidata também no Ceará. Nada que abalasse a folgada liderança de Dilma Rousseff no Estado, mas o suficiente para acender a luz de alerta. Afinal, ao contrário do que vem ocorrendo em outros estados, o sucesso das campanhas majoritárias da aliança governista no Ceará depende muito dos desempenhos locais dos concorrentes da disputa presidencial. Em Fortaleza, por exemplo,
Dilma tem 42% contra 26% de Marina, ainda com cinco pontos a menos que os 31% obtidos ao final da disputa de 2010. No âmbito do Estado, o placar é, segundo o Datafolha, mais folgado: 57 a 24.
NOVA FRENTE
A significativa queda na diferença entre Eunício Oliveira (PMDB) e Camilo Santana (PT) já provocou mudanças na estratégia do horário eleitoral da aliança PT-Pros. Desde quinta-feira passada, as inserções governistas no palanque eletrônico passaram a priorizar a candidatura de Mauro Filho ao Senado. Ou seja, os índices de intenção de voto de Camilo avançaram bastante e, agora, a ordem é diminuir a diferença entre Mauro e Tasso Jereissati (PSDB). As imagens de Mauro ao lado da presidente Dilma durante visita ao Ceará serão largamente usadas. Já Tasso, não se apegará a nenhum nome nacional. Hoje, colar sua candidatura ao nome de Aécio Neves é o caminho mais fácil para a derrota.
NAS NUVENS
A seca que levou a uma grave crise de abastecimento de água em São Paulo promoveu a volta de uma velha tecnologia que, no passado, era dominada pelo Ceará. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de SP contratou uma empresa para a indução de chuvas sobre o Sistema Alto Tietê. Os paulistas usam o termo “semeadura de nuvens” para a técnica que aqui chamávamos de “nucleação artificial”. Em resumo, consiste no uso de um avião para lançar nas nuvens substâncias aglutinadoras que ajudam a formar gotas de chuva. No Ceará, o problema era o alto custos dos dois aviões mantidos pela Funceme e a falta de comprovação da eficácia da tecnologia. Na década de 90, um avião foi vendido e o outro doado à Uece. As nucleações são hoje apenas uma marca do passado de combate às secas no Ceará.
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