Atualizado às 22h43min
A Praia de Iracema está movimentada por grupos a favor do impeachment que acompanham a sessão do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff nesta quarta-feira, 11. No momento, aproximadamente 100 pessoas estão reunidas no local, conforme estimativa da organização. Já a polícia militar avalia que apenas 40 pessoas estejam presentes.
De acordo com populares, a concentração começou às 17 horas e a montagem do telão por volta das 18h. A organização do evento estima que 1 mil pessoas passarão no local até a madrugada desta quinta-feira, 12.
No momento da transmissão da votação, manifestantes vaiavam os senadores pró-Dilma. A chuva, no entanto, dispersou o grupo. Alguns desistiram de participar do ato, enquanto outros procuraram se proteger em estabelecimentos próximos.
O professor e inspetor da Polícia Civil, Jorge Fontenelle, de 40 anos, esteve no local, mas desistiu de participar do ato por causa da chuva. "As pessoas, algumas de extrema direita, gritavam 'fora PT'", relatou. "Eu tenho percebido nessas manifestações contra o PT que não é simplesmente extrema direita, mas pessoas de esquerda que não querem mesmo a Dilma. São pessoas que têm suas próprias ideias".
De acordo com o empresário Heitor Freire, 34, organizador do ato e integrante da Frente Cearense pelo Impeachment, não houve nenhum registro de confronto ou confusão durante todo a movimentação na Praia de Iracema. "Está tudo ordeiro. Temos a presença da Policia Militar e está tudo devidamente protocolado na regional II", garante.
Heitor também relata problemas na transmissão da votação no telão, devido à oscilação de energia e a falta de geradores de energia independentes. Após às 20h, o telão voltou a ser montado.
átila varela/o povo
Manifestantes pró-impeachment foram ao local vestindo blusas com as cores do Brasil, alguns empunhando cartazes de Sérgio Moro e de Bolsonaro
Ele diz que caso a votação não seja finalizada hoje, a Frente Cearense pelo Impeachment realizará uma "festinha" de despedida, intitulada "Tchau querida day", na Pracinha em Frente ao Aterro.
"É um sentimento muito bom. Começamos esse movimento há alguns anos, num trabalho de formiguinha. Logo após a eleição da presidente, nós começamos a nos posicionar contra o governo", afirma Heitor, que reafirma a satisfação do grupo com a perspectiva do afastamento de Dilma Rousseff da presidência. "Não foi golpe. Ela está sendo afastada e o Brasil vai recomeçar uma nova página, com ética, com moral", comemora.
Camisas Bolsonaro
No local, ainda há um grupo independente vendendo camisas do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). O comerciante autônomo Alex Rodrigues, de 42 anos, está aproveitando para vender as camisas. "Nós estamos vivendo num país democrático e podemos prestar homenagens. É democrático, a gente vai homenageando as pessoas", conta. No local desde às 17 horas, Alex vendeu 11 unidades da camisa até as 19h25min.
Jorge esteve presente no Centro de Humanidades I da Universidade Federal do Ceará (UFC) na última segunda-feira, 9, e gerou tumulto por vestir uma camisa do Jair Bolsonaro. De acordo com universitários, ele teria feito provocações verbais, inflando protesto dos alunos contra ele.
Redação O POVO Online, com informações do repórter Átila Varela