O líder do PSC, deputado André Moura (SE), defendeu, nesta quinta-feira, 7, a eleicão do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para o cargo de presidente da Comissão de Direitos Humanos. "Estão fazendo julgamento antecipado sobre a forma de atuação do deputado. Tenho certeza que ele dirigirá os trabalhos da comissão com isencão. Nao ira se afastar da sua ideologia porque tem compromisso com a comunidade. Mas, quando for defender suas bandeiras, sairá do posto de presidente e se colocará no lugar de qualquer deputado", disse.
A eleição de Marco Feliciano foi marcada por protestos de deputados ligados aos movimentos pelos direitos humanos e de manifestantes que o acusaram de homofobia e racismo. O deputado João Campos (PSDB-GO), coordenador da Frente Parlamentar Evangélica, classificou as manifestações contra a eleição de Feliciano como "um circo, um teatro de pessoas que quiseram ganhar pelo ruído".
Do lado de fora da sala da comissão, deputados do PT e do Psol que haviam se retirado, afirmaram que pretendem realizar reunião na próxima terça-feira, 12, às 11 horas, para decidir que medidas tomarão. Eles cogitam, inclusive, formar comissão paralela de Direitos Humanos, em protesto contra a eleição de Feliciano, que foi acusado de ser racista e homofóbico por manifestantes e setores de movimentos sociais ligados aos direitos humanos.
Domingos Dutra havia abandonado a reunião por se recusar a participar do acordo que previa a eleição do deputado Pastor Marco Feliciano(PSC-SP) como novo presidente, em reunião fechada, sem o acesso dos manifestantes.
Para a deputada Erika Kokay (PT-DF) o que está acontecendo hoje na Câmara é uma história trágica. "Está sendo alçada à presidência dessa comissão uma pessoa que não teria o direito de pleitear esse cargo, porque é uma pessoa que se caracteriza por posturas racistas, homofóbicas e que ferem, a cada palavra, a laicidade do Estado e a democracia", disse Kokay, que estava acompanhada dos deputados Jean Wyllys (Psol-RJ), Luiza Erundina (PSB-SP), Janete Pietá (PT-SP) e Chico Alencar (Psol-RJ). "Nós não podíamos estar sendo cúmplices desse atentado à comissão", completou Kokay. A deputada ainda criticou o presidente da Câmara, Henrique Alves, por não ter resolvido "essa crise".
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) afirmou que a Câmara dos Deputados não pode assistir tranquilamente ao sepultamento da Comissão de Direitos Humanos. “Nesse momento está sendo realizada uma votação secreta para se escolher o que poderíamos chamar de um vampiro cuidando de um banco de sangue”, ironizou. “Temos que dar o passo seguinte sobre essa comissão ilícita”, completou Alencar, referindo-se à possibilidade de, inclusive, haver a criação de uma comissão paralela.
Para a deputada Luíza Erundina (PSB-SP), a confirmação do deputado Pastor Marco Feliciano não vai acabar com o ânimo dos que lutam por liberdades democráticas. "Escolhemos como projeto de vida a luta pelos diretos humanos, sociais e pelos diretos de cidadania, luta essa que nos custou um preço alto na época da ditadura e da repressão", disse. "Se imaginam que isso nos tira o alento, o ânimo, estão enganados porque nós somos revolucionários".
O deputado Pastor Marco Feliciano foi confirmado por 11 votos a favor e um em branco, como presidente da comissão.
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