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14/12/2016

Outras Guerras

A partir do lançamento de Rogue One, filme derivado da saga Star Wars, pesquisadores e roteiristas discutem sobre os desafios de revisitar histórias já famosas no cinema
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Paulo Renato Abreu paulorenatoabreu@opovo.com.br
DIVULGAÇÃO


Numa galáxia nada distante do público, uma nova história surge. Rogue One, filme derivado da saga Star Wars, chega amanhã aos cinemas com a promessa de trazer novidade para o universo criado por George Lucas. Com trama situada antes da clássica jornada de Luke Skywalker (da trilogia lançada entre 1977 e 1983), o longa inédito acompanha um grupo rebelde liderado por Jyn Erso (Felicity Jones) que embarca em missão para roubar os planos de uma perigosa arma do Império Galáctico, a Estrela da Morte. A partir do lançamento da superprodução, o Vida&Arte discute hoje: quais são os desafios de criar desdobramentos para histórias já consagradas do cinema?


Professor da Academia Internacional de Cinema, o roteirista Paulo Marcelo do Vale destaca que o maior risco de um spin-off (história derivada) é trair a lógica interna da obra matriz. “O mais importante é a trama derivada não romper a coerência interna do universo. A história criada por George Lucas tem leis que regem o comportamento dos personagens e o desenvolvimento (dos roteiros).

 

Não se pode ir contra os princípios da trama”, pondera.


Para Marcelo, a empatia já existente entre fãs e a história nem sempre facilita a aceitação do novo filme. “Já ter uma expectativa também pode ser perigoso.

 

Quando já existe uma empatia do público com aquele universo, pode ser complicado criar sem desrespeitar o que os fãs estão esperando”, avalia. Por outro lado, ele cita o exemplo bem sucedido de O Despertar da Força (2015), episódio VII da saga. O roteirista diz ter identificado novos ângulos na continuação que foram além das duas trilogias da franquia. “O mais interessante foi ver um stormtrooper (soldado da tropa do Império) que toma consciência. A gente já tinha visto aquele soldado de branco com máscara, mas foi bom ver que ele pode tirar a máscara e ser um cara com consciência”, exemplifica, apostando no novo.


“As tramas derivadas nos apresentam um outro olhar para o mundo ficcional que conhecemos, mas nós, roteiristas, não podemos nos esquecer de uma parte fundamental da obra audiovisual: o espectador. Ele também precisa ter espaço para imaginar esse universo”, aponta o cineasta Samuel Brasileiro. Para o roteirista e diretor cearense, escrever um spin-off é mais difícil e complexo do que escrever um roteiro original, justamente por ter o risco de tirar do público a capacidade de dialogar diretamente com a história. “Uma parte fundamental da arte é a lacuna. Deixar espaços, mistérios, personagens para que os espectadores possam criar e imaginar o que há ali”, afirma.


Roteirista de quadrinhos e pesquisador de cultura pop, Pedro José Brandão afirma que tradicionalmente a saga de George Lucas consegue circular bem entre desdobramentos. “Star Wars tem os filmes principais e deles derivam séries animadas, que daí vem os jogos, que deriva livro, RPG, quadrinho. E, quando se fala de transmídia, no lugar de criar histórias, é preciso criar mundos”, completa.


Pedro cita como exemplo bem sucedido de histórias derivadas o que vem ocorrendo com a Marvel e os filmes de super-heróis, que se conectam, mas oferecem estruturas narrativas que se propõem diferentes. “A Marvel tem muitos personagens e, por isso, faz filmes de gêneros diferentes. O Homem Formiga é um filme de assalto, O Capitão América é de espionagem, Doutor Estranho é surrealista”, atesta. Como a Marvel e a Lucas Filmes são da mesma empresa, a Disney, Pedro argumenta que talvez esse seja o mesmo caminho de Rouge One, que deve trazer novos ângulos para o gênero de ficção científica. “O bacana é poder criar dentro do que está estabelecido, mas com roupagens diferentes. É a única maneira de não deixar o público enfadado”, finaliza.

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