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Literatura 09/07/2012

Bolsa das letras

Um dos principais mecanismos de fomento à literatura no País, a bolsa de criação literária da Funarte volta a ser oferecida, mas perde mais de 50% de seus recursos. Autores criticam redução da verba e mudanças no edital
GABRIEL GONÇALVES
Diego Vinhas e Alan Santiago, autores cearenses contemplados no edital de 2010: "é mais do que uma perda financeira, é uma perda simbólica"
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Dedicar-se inteiramente à literatura é o desejo de todo escritor. Para conseguir o feito, uma alternativa é recorrer a bolsas de fomento à produção literária. No Brasil, o principal incentivo do tipo volta a ser ofertado este ano, com a bolsa de criação literária concedida pela Fundação Nacional das Artes (Funarte), agora em parceria com a Fundação Biblioteca Nacional (FBN). Entre 2007 e 2010, a bolsa foi oferecida pela Funarte, mas no ano passado não houve realização de edital.

 

A edição de retomada, cujas inscrições se encerram no próximo 2 de agosto, é destinada a 30 autores de todas as regiões do País. Cada escritor selecionado receberá, em uma única parcela, R$ 15 mil para executar o projeto em até seis meses. O que era para ser motivo de comemoração por parte dos autores, entretanto, tem recebido diversas críticas País afora. A principal delas questionando a diminuição pela metade do número de autores contemplados e do valor das bolsas. Em 2010, último ano em que o edital foi lançado, a quantidade de bolsas saltou de 10 para 60, cada uma no valor de R$ 30 mil. Somada à de circulação literária, criada naquele ano, a verba para os editais chegou a R$ 4 milhões, enquanto a deste ficou em R$ 1, 5 milhão.


Para Alan Santiago, um dos autores cearenses contemplados no edital de 2010, o corte “é mais do que uma perda financeira, é uma perda simbólica de que literatura cada vez menos é prioridade”. Mesma opinião do poeta Diego Vinhas, que acreditava num quadro mais otimista a partir da expansão da bolsa. “Se esperava que ela viesse, no mínimo, na mesma envergadura da edição de 2010”, afirma o escritor.


De acordo com a diretora da área de Livro, Leitura e Literatura da FBN, Maria Antonieta Cunha, em entrevista por email, houve uma adaptação das políticas culturais voltadas para a literatura. Segundo ela, foi criado um conjunto de ações para as bolsas de criação e circulação que amplia o alcance dos incentivos. “Podemos destacar os editais de feiras e festivais literários, o prêmio literário da Biblioteca Nacional, a caravana de escritores, entre outros. O mais importante é que, com este novo modelo de organização, haverá maior distribuição de recursos”, defende.


Para o escritor Luciano Bonfim, porém, as mudanças “limitam muito (o edital) no que se refere ao número de participantes e ao valor (de R$ 15 mil) dá menos segurança”. Outro motivo de crítica entre os escritores é a categoria “iniciante”, adicionada ao edital deste ano. Para a FBN e a Funarte, nessa condição estão autores com até dois títulos de autoria principal publicados com ISBN (International Standard Book Number), o sistema internacional de catalogação de livros. Luciano, que antes da bolsa contava dois livros de contos e outros dois de poesia no currículo, ambos financiados com dinheiro próprio, estaria impedido de concorrer caso a regra estivesse no edital passado.


“Às vezes uma pessoa publicou três livros restritos ao seu bairro, à sua cidade, que não há uma repercussão de linguagem, e o edital restringe a participação”, argumenta o contista. Alan, por sua vez, considera a existência do critério um avanço. “Um escritor que tem vários livros publicados pode disputar outros tipos de prêmios, o que não publicou tantos tem de ter a chance de publicar em pé de igualdade”, afirma.


Este é também o raciocínio da FBN, segundo Maria Antonieta Cunha. “Como a FBN possui outros programas que apoiam os escritores com maior bagagem literária, foi decidido que haveria maior foco naqueles que ainda estão em início de carreira”, justifica a diretora.


Em 2010, os editais da bolsa de criação literária chegaram a R$ 4 milhões. A verba para 2012 ficou em R$ 1,5 milhões. Também foi reduzido o número de autores contemplados, de 60 para 30.

 

Saiba mais


Além das bolsas de criação, a Funarte e a Fundação Biblioteca Nacional também divulgaram as de circulação literária. Com o objetivo de financiar oficinas, cursos, contação de histórias e/ou palestras, serão destinadas quatro bolsas de R$ 40 mil para cada região (num total de 20).

 

O prazo final para inscrição também é o dia 2 de agosto.


Serviço

 

Inscrições Bolsas de Literatura

O quê: Bolsas BN/ Funarte de Criação e Circulação Literária

Quando: Até 2 de agosto

Outras informações: bolsacriacaoliteraria@bn.br

 

Multimídia

Leia o edital completo em: http://migre.me/9FUYp

Raphaelle Batista raphaellebatista@opovo.com.br
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