[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] Aos olhos do mundo | O POVO
SUCESSO E CRÍTICA 29/01/2012

Aos olhos do mundo

Dez anos depois de ser lançado, o longa-metragem Cidade de Deus continua como referência, influenciando cineastas brasileiros. Dirigida por Fernando Meirelles, a produção levou mais de três milhões de espectadores às salas de exibição, ganhou projeção internacional e trouxe uma linguagem moderna ao cinema do País
DIVULGAÇÃO
O enredo entrelaça histórias de diversos personagens da favela Cidade de Deus, narradas por Buscapé, um garoto que é salvo do crime pelo talento com a fotografia
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Houve quem enxergasse apenas violência. Mas houve também outro tanto que viu muito além. Não fosse assim, o longa-metragem Cidade de Deus, dirigido por Fernando Meirelles e co-dirigido por Kátia Lund, não estaria hoje no topo da lista dos filmes mais importantes para retomada do cinema brasileiro. Dez anos depois de seu lançamento, o longa continua sendo uma referência para cineastas brasileiros (por que não do mundo?), endossado por uma lista de filmes nacionais que vieram depois seguindo a mesma linha. “Ele inspirou uma série de outros cineastas a fazer coisas parecidas. O [filme] 2 Coelhos, que está em cartaz agora, é um deles. Ele gerou uma série de filhotinhos”, avalia o crítico do site Cinema em Cena, Pablo Villaça.

 

Baseado no romance homônimo de Paulo Lins, o longa traça um panorama do narcotráfico na Cidade de Deus, uma favela do Rio de Janeiro que surgiu nos anos 1960 e, na década de 1980, já era uma das maiores e mais perigosas do Estado. O enredo se desenvolve entrelaçando as histórias de diversos personagens, todas elas narradas por Buscapé, um garoto que é salvo do crime pelo talento com a fotografia.


Para compor o elenco de mais de 200 atores (isso sem contar com os figurantes), os diretores foram às favelas cariocas buscar moradores para atuarem no filme e, durante oito meses, trabalharam com os “novos atores” em uma oficina de interpretação criada pela equipe. Com exceção de Matheus Nachtergaele e Graziella Moretto, à época, nenhum outro personagem era ator profissional.


Pelo talento descoberto naquele momento ou pela proximidade dos atores com o ambiente retratado, o fato é que a aposta dos diretores deu tão certo que Cidade de Deus levou às salas de cinemas mais de 3 milhões de espectadores. Os 3,3 milhões de dólares investidos (85% financiados pela produtora O2 Filmes, de Meirelles, e o restante através da Lei do Audiovisual) se transformaram numa bilheteria de mais de 30 milhões de dólares.


O filme rendeu também uma série de prêmios nacionais e internacionais, além da indicação a quatro estatuetas no Oscar de 2004 (Direção, Roteiro Adaptado, Fotografia e Edição). Em uma eleição feita pelos leitores do Internet Movie Database (IMDB), o filme ficou em terceiro lugar na lista dos 25 melhores filmes dos anos 2000, perdendo apenas para O Cavaleiro das Trevas (2008) e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003).


Marco

Gostando ou não, em uma coisa os críticos e cineastas são praticamente unânimes: Cidade de Deus fez o público brasileiro voltar a assistir às produções nacionais e mostrou ao mundo o talento de Fernando Meirelles, que, depois do filme, foi consagrado internacionalmente como um dos grandes diretores da atualidade. “Aqui (em Los Angeles), ele (longa) representou um passo além na apresentação do cinema brasileiro contemporâneo, colocou Fernando Meirelles na lista de grandes diretores internacionais e abriu um mundo de oportunidades em todo o mercado internacional de cinema para Braulio Mantovani, Cesar Charlone e Daniel Rezende”, avalia a crítica Ana Maria Bahiana, referindo-se respectivamente ao roteirista, diretor de fotografia e editor do longa.

 

Para o cineasta cearense Hálder Gomes, mais que convencer o público nacional, Cidade de Deus é representativo por ter conseguido penetrar muito bem nos mercados estrangeiros. “Foi um filme nacional que conseguiu romper as barreiras de exibição dos Estados Unidos. Eu assisti em Los Angeles e foi até uma sensação muito boa você se deparar com o cinema nacional nas grandes redes internacionais”, descreve. “É algo raro. Isso deu uma visibilidade muito grande ao cinema brasileiro, foi crucial para esse momento que o cinema brasileiro vive hoje”, completa.


Já o crítico Pablo Villaça aponta vários elementos que justificam o filme ainda ser visto com um dos mais importantes atualmente. “A história, do ponto de vista político e social, é extremamente relevante. Ela comenta a maneira como funciona tráfico e a cidade se vê assustada diante disso. Do ponto de vista de linguagem, também é bacana. Ele trouxe uma linguagem imediata, moderna, que estava faltando no cinema brasileiro. As atuações também são muito boas, o laboratório feito com atores desconhecidos trouxe uma verossimilhança muito forte para o filme porque não tínhamos um estereótipo pré-estabelecido dos atores”, aponta.

 

Naara Vale naara@opovo.com.br
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espaço do leitor
rai 29/01/2012 22:30
Melhor filme brasileiro de todos os tempos. Seguido de perto por tropa de elite 1 e 2.
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Comentários
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