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A eleição do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio como líder máximo da Igreja Católica na última quarta-feira gerou uma série de questionamentos sobre uma possível mudança de direcionamento do catolicismo no mundo. No entanto, para dom José Aparecido Tosi, arcebispo metropolitano de Fortaleza, a escolha do novo Papa não deve trazer mudanças nos fundamentos da Igreja. “Ele é um homem que tem conhecimento do mundo atual, do homem atual. No entanto, ele será conservador no sentido de defender os dogmas da Igreja”, afirma.
Apesar das expectativas de que o papa Francisco tome posicionamento mais liberal, dom José argumenta que os fundamentos da fé católica não são alterados de acordo com a personalidade de cada líder. Dessa forma, mesmo sob o risco de perder a simpatia de alguns segmentos da sociedade, o papa deve se posicionar de forma conversadora quando o assunto for mudança nos dogmas da Igreja Católica. “O papa não é dono da fé. Ele é servo da fé. Nós recebemos, não criamos a Igreja”, afirma.
Apesar das diversas apostas em torno do nome que seria escolhido como sucessor de Bento XVI, o arcebispo de Fortaleza explica que os critérios que influenciaram a escolha do novo Papa foram espirituais. Dessa forma, qualquer decisão tomada durante o conclave seria uma surpresa para dom José. “A gente fica na expectativa de quem será escolhido por Deus. Os critérios de análise não são políticos ou econômicos. Acontece como Jesus disse: ‘Não fostes vós que me escolhestes, mas eu que vos escolhi’”, conclui.
O arcebispo conta que conheceu o agora papa Francisco durante a Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, em Aparecida. Para ele, o novo papa leva consigo os problemas e a situação da América Latina. No entanto, o papado não deve ser marcado apenas pelo contexto latino-americano. “Ele leva o seu coração latino-americano, mas o papado será marcado por tudo que acontece no mundo”, relata. A vinda de Francisco ao Brasil durante a Jornada Mundial da Juventude, que ocorre em julho no Rio de Janeiro, deve atrair diversos jovens latino-americanos, principalmente argentinos.
Segundo Dom José, a escolha de um novo papa sempre representa um estímulo para os católicos. “É um momento de testemunho de que a Igreja não está morta, que atualiza a confiança na Igreja, na palavra de Jesus”, revela o religioso.
Saiba mais
Aos 12 anos, Jorge Mario Bergoglio mandou carta a uma menina chamada Amalia, que acreditava ser sua namorada, com uma proposta para que os dois se casassem. Na época, ele não pensava se dedicar à Igreja, mas fez uma ameaça caso não conseguisse se juntar à moça.
"Se eu não me caso com você, viro padre", teria dito o hoje papa Francisco a Amalia, de acordo com o que a própria amiga disse, em entrevista a canais de televisão da Argentina.
Amalia diz que o romance não prosperou por causa da oposição dos pais dela. "Não respondi à carta. Depois disso, nunca mais o vi", afirmou ela.
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