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A ntes de comprar um imóvel é preciso organizar a vida financeira. Com ela, vem o planejamento e a escolha da forma de pagamento. Especialistas destacam que o ideal é juntar dinheiro para dar a maior entrada possível, mas também dão dicas para quem optar por consórcio ou financiamento imobiliário.
O educador financeiro Rafael Seabra ressalta que o momento é ótimo para formar poupança porque a taxa de rentabilidade, sobretudo dos títulos públicos, faz o investimento crescer mais rápido. “Poupar durante dois, três anos é a melhor opção”.
Para ele, o consórcio só é mais vantajoso para pessoas muito indisciplinadas, que precisam de uma obrigação para juntar dinheiro. Se esse for o caso, recomenda a pesquisa da taxa de administração e idoneidade de pelo menos três empresas.
Para financiamentos em instituições bancárias ele também aconselha a pesquisa da taxa de juros. Lembra que a menor taxa de juros representa menor saldo devedor. Rafael também lembra que tem gente que pensa que ao financiar já é dono do imóvel. “Se atrasar os pagamentos, pode até perder todo o investimento”.
O mestre em economia Ricardo Coimbra reforça que a compra do imóvel requer planejamento por se tratar de uma compra a longo prazo. “O indivíduo ou a família tem que ter a certeza que aquele compromisso será por um tempo significativo e irá impactar no orçamento familiar”. Para ele, é preciso fazer um orçamento de todos os gastos para avaliar até que ponto pode a compra pode comprometer a renda.
Para quem optar por consórcio, Ricardo recomenda analisar a empresa formadora do grupo, ver a saúde financeira e quais as garantias. Considera importante saber o perfil do cliente, pois deve-se avaliar a capacidade de inadimplência, que pode comprometer todo o grupo.
Se o objetivo é acumular recursos antes de ir comprar o economista aconselha buscar colocar os recursos em aplicações que possam proporcionar um rendimento bem acima da inflação, como títulos públicos.
ORGANIZE-SE
Os primeiros passos
Para organizar a vida financeira, o educador financeiro Rafael Seabra sugere três regras simples. A primeira é gastar menos do que se ganha, a segunda é se pagar em primeiro lugar e a terceira é anotar tudo que gastar durante 30 dias.
Explica que, além de não gastar mais do que ganha, a pessoa deve decidir poupar pelo menos 10% do valor líquido que recebe e separar assim que cair na conta corrente. Adianta que se o indivíduo não consegue economizar 10% todo mês deve começar com o quanto puder e ir avançando progressivamente.
Sobre as anotações dos gastos, diz que a pessoa pode escolher a forma que quiser (caderno, planilha, notas no celular etc). Destaca que o importante é escolher a forma mais prática e rápida para, a partir daí, identificar para onde está indo o seu dinheiro, quais os vazamento. (Artumira Dutra)
POSSIBILIDADES
Analise seu perfil
O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis no Ceará (Creci-CE), Apollo Scherer Albuquerque, diz que a compra começa bem antes da assinatura do contrato. “Começa na decisão do que vai ser feito no futuro”. Ele lembra que é preciso anotar tudo: patrimônio, renda familiar, possibilidades de novos ganhos e se o imóvel é para morar ou para investir. Isso vai definir o perfil do imóvel a ser comprado.
O consultor financeiro Samuel Magalhães diz que a compra de um imóvel é, na maioria das vezes, a decisão financeira mais importante na vida de uma família. “Planejamento é fundamental para que o sonho da casa própria não se torne um pesadelo”. (AD)
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