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Trabalhadores já fazem medições na avenida Beira Mar, um dos cartões-postais de Fortaleza. É o início da obra de requalificação dos 3,5 quilômetros da via, que inclui mudanças estruturais no local, como construção de um espigão e aterramento para aumentar a faixa de praia. Pescadores e ambulantes que trabalham no Porto do Mucuripe estão apreensivos com a possibilidade de deixarem o lugar.
“O secretário (Salmito Filho) disse que ninguém mexeria com a gente, mas ninguém garante que eles não possam mudar de ideia”, afirma o diretor-secretário da Colônia de Pescadores Z8, Sebastião da Silva Ramos. Não apenas os pescadores, mas ambulantes que trabalham no local estão apreensivos. O pescador e ambulante José Roberto de Moura, 66, mais conhecido como Peteca, reclama de não ter havido uma audiência marcada para meados de março: “Fomos para uma audiência com gente da Prefeitura, mas eles não apareceram”.
Peteca trabalha na Praia do Mucuripe desde 1962 e essa, segundo ele, é a primeira vez em que ele vê sua permanência no local ameaçada. “Se tiver de sair eu saio, mas preciso de um lugar para trabalhar”, afirma. Situação parecida vive dona Antônia Menezes, 55. Ela sustenta uma família de seis pessoas. “Há 23 anos que trabalho aqui. Meus filhos foram criados aqui, praticamente”, detalha.
O projeto de requalificação da Beira Mar prevê um aterramento hidráulico entre as avenidas Rui Barbosa e Desembargador Moreira. Os pescadores não veem esse tipo de intervenção com bons olhos. “Aquele porto é centenário. Seria muito difícil conseguir um espaço com aquelas condições em outro lugar. E um aterro naquele espaço dificultaria o acesso dos pescadores e suas embarcações”, explica Sebastião da Silva Ramos.
A assessoria de comunicação da Secretaria de Turismo de Fortaleza (Setfor) informou ao O POVO que os pescadores e ambulantes não serão afetados, num primeiro momento. A primeira etapa das obras dará prioridade à região do Mercado dos Peixes. Os permissionários serão alocados num mercado improvisado em contêineres, próximo à estátua de Iracema.
O trecho onde os pescadores ancoram e consertam suas embarcações sofrerá intervenção na segunda etapa do projeto. A assessoria informa que no local será montada uma estrutura que servirá de abrigo para os pescadores trabalharem. Ainda não foi pensada a remoção dos pescadores e ambulantes, porque segundo a assessoria da Setfor, a prioridade é cumprir o prazo das obras da primeira etapa, que deve durar oito meses. De acordo com Sebastião da Silva Ramos existem pelo menos 72 embarcações que utilizam o espaço, que deverá ser afetado na segunda etapa das obras. (Aflaudisio Dantas, especial para O POVO)
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
As obras de requalificação da Beira Mar custarão R$ 231,9 milhões. A segunda etapa do projeto deve afetar pescadores e ambulantes, mas ainda não foi pensado como será trabalhada a permanência dessas pessoas no local.
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