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Dia 8 de junho de 1982, 2h45min. Serra da Aratanha, Pacatuba, Ceará. Carlos Roberto (co-piloto): “Você consegue ver que tem uns morrotes aí na frente?” Fernando Vieira de Paiva (piloto): “Quê? Tem o quê?” Co-piloto: “... um monte aí não?” Som de alerta e explosão. Esse foi o último diálogo registrado pela caixa-preta do boeing 727-200 da Vasp, antes de se chocar contra a Serra da Aratanha, há exatos 30 anos.
Na época, a cidade foi acordada pelo desastre. “Ouvi a explosão muito forte. Me lembro do barulho das janelas abrindo. Quando saímos, já tinha muita gente na rua”, conta o historiador e artista plástico Antony Fernandes, que já morava no município, em 1982. Hoje, ele é responsável pelo Museu Histórico de Pacatuba, que guarda registros do acidente e uma das turbinas do avião. “A gente montou um grupo e levou quatro dias de trabalho para descer com ela (turbina)”, conta o guia Thyago Pereira, que acompanhou O POVO na subida da serra.
Lúcia Helena de Menezes Souza Almeida, hoje com 67 anos, teve o sono interrompido no meio da noite por um mau-pressentimento. “Chamei meus filhos e senti que tinha acontecido alguma coisa. Quando a Vasp veio anunciar, eu já sabia (o que tinha acontecido)”, relata.
O marido dela, Luiz Luciano Acioly Souza, na época com 45 anos, voltava de uma reunião de negócios em São Paulo. “Ele deveria ter vindo um dia antes. E isso foi uma coisa marcante (na tragédia). Com todos os familiares que conversei, nenhum dos passageiros realmente deveria vir naquele voo”, acrescenta Lúcia Helena. No avião, também estava o empresário Edson Queiroz, um dos mais importantes industriais da história do Ceará.
O subtenente da reserva do Corpo de Bombeiros Luciano Silva Alencar, às 5 horas da manhã do dia 8 de junho, já estava a postos para subir a serra e iniciar os trabalhos de resgate. “Era como se fosse uma cena de pós-guerra. O mato foi destruído pela explosão”, lembra.
No local, havia apenas pedaços dos corpos dos 137 ocupantes do avião. O riacho que passava próximo estava tingido de vermelho. O mau-cheiro era insuportável. “Abrimos uma clareira de 50 metros para os helicópteros içarem os sacos (com os corpos)”, conta Luciano. O material foi levado para o estádio Betão, em Pacatuba, e, posteriormente, enterrado em túmulo coletivo no cemitério Parque da Paz.
Lúcia Helena teve seis filhos com Luiz Luciano. “Na época, o mais novo tinha nove anos e o mais velho ia fazer 18 anos. Eu não podia cuidar de mim. Não tinha nem tempo de chorar com tanta coisa para resolver”, relembra Lúcia. Três anos depois, ela casou com Francisco Arildo Santos Almeida, que perdeu a esposa Alda Maria Barbosa no mesmo acidente. “Não parece que já se foram 30 anos. Passou depressa”, comenta. As investigações da Aeronáutica apontaram a falha humana como causa da tragédia.
ENTENDA A NOTÍCIA
No dia 8 de junho de 1982, o Ceará ficou de luto pela morte de 137 ocupantes do voo 168 da Vasp (nove tripulantes e 128 passageiros). Ele é o terceiro maior acidente da aviação brasileira, perdendo apenas para as tragédias da TAM (2007) e Gol (2006).
Serviço
A Serra da Aratanha possui trilhas e uma delas leva aos destroços do avião da Vasp.
Caso você não conheça o local, pode solicitar a orientação de guias da Associação Acote Sap. O valor varia de acordo com o tamanho do grupo.
Telefones: (85) 3345 2317 e (85) 8501 2060
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