Objetivo de projeto social é formar cidadãos
Tão bem se aplica à realidade do projeto que a frase do matemático grego Pitágoras (570 a.C a 496 a.C) foi estampada, com alguma adaptação, no muro rente ao campinho do Jatobá Esporte Clube: ”Educando a criança, não precisa punir o homem”. Isso porque, para além do futebol de travinha, o projeto no bairro Henrique Jorge objetiva formar cidadãos. Lapidar os jovens para o campo e para a vida exige conversas e acompanhamentos quase que diários.
“A gente precisa de um tempo para trabalhar o psicológico deles. Conversar, socializar, pegar aqueles que estão fora do projeto e colocar em contato com os que já estão mais tempo”, explica o técnico Paulo André Almeida. “É formar também o caráter deles”, completa Paulo, que trabalha como auxiliar de serviços gerais e, também de forma voluntária, toca o projeto desde 2008.
Embora conviva com dificuldades como falta de apoio e até mesmo de refletores para os jogos à noite, o trabalho de Vinícius e Paulo vem dando resultado. O menino W.C., de 15 anos, era um dos que ocupava o campinho antes não para jogar bola, mas para fumar maconha, desde os 10 anos. Quando entrou no Jatobá, parou de ter ligação com as drogas. “Alguns dos meus amigos pararam. Outros, morreram. O resto virou ‘crente’”, conta, quando a bola para. “Hoje, não tenho mais contato com isso”.
No palavreado dos atletas, “crack” e “maconha” são comuns e não há reserva em falar sobre o assunto. “O projeto tira a gente das drogas e ensina a jogar para ser um profissional”, afirma I.S., de 12 anos. “Os traficantes das favelas influenciam a gente a usar”, revela outro.
“Drogas para eles aqui é normal. Um jovem deixa de sonhar, de acreditar no futuro por causa das drogas”, finaliza Paulo André. (TJ)
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