Mercado para roupa íntima feminina em expansão
Fabricantes de lingeries ganham espaço com tecidos confortáveis, modelagens diferenciadas e peças mais sofisticadas
Se existe uma peça indispensável no guarda-roupa feminino é a lingerie. Seja para o dia a dia ou ocasiões especiais, não há mulher que não esteja sempre à procura deste acessório que se reinventou e ganhou espaço no mercado da moda. Espaço que ampliou o número de fabricantes que se arriscaram na indústria da moda íntima, como o empresário Cairo Benevides, 37, diretor da Liebe Lingerie.
O comerciante que tinha uma pequena loja de atacado em São Paulo e revendia roupa íntima de Fortaleza, resolveu fazer o caminho inverso em 2005 e montar a própria fábrica de lingerie. “Fiz uma pesquisa e percebi um mercado amplo no ramo de confecção de moda íntima em Fortaleza. Vi que aqui era um estado de fabricantes e arrisquei”, conta.
De São Paulo para Fortaleza, Benevides criou a própria marca e começou o negócio. “Fiz um investimento mais alto. Comecei com minha própria fábrica, contratei estilista, comprei as máquinas e contratei pessoal”, diz.
No início, a fábrica contava com dezoito funcionários e quinze máquinas. A produção média mensal era de oito mil peças por mês que eram distribuídas em todo o Brasil, através dos representantes. Atualmente, são 350 colaboradores e 2,4 milhões de peças produzidas por ano para atender os representantes, as exportações para Europa e Estados Unidos e as cinco lojas de varejo da Liebe. “Com um tempo foi acontecendo um fenômeno no mercado. As marcas nacionais cresceram e a economia ficou mais forte. Então, resolvi investir também em lojas de varejo para vender minha marca”, explica.
Segundo Benevides, hoje em dia muitos empresários optam em começar uma “fábrica” terceirizando os serviços de produção, o que reduz bastante os custos para montar a empresa, por não ser necessário comprar maquinário. Mas, para quem pensa em montar a própria indústria a dica é ter um bom capital de giro para manter a empresa por seis meses. “Com uns R$ 30 mil dá para começar comprando os tecidos, contratando poucos funcionários e tentar financiar as máquinas pelos bancos”.
O empresário Leonardo Mota, 34, da Feminize Lingerie migrou da moda praia para íntima desde 2004 e explica que esse mercado cresceu muito nos últimos anos. “Quando começamos vimos um mercado pequeno com poucos profissionais. Hoje o Ceará é um dos maiores produtores de moda íntima do Brasil”, diz.
Mota criou a empresa com a amiga e sócia, Fernanda Victor. No começo, os dois fabricavam e forneciam as peças para todo o Brasil através dos antigos clientes da moda praia que também trabalhavam com moda íntima. Depois, a empresa investiu na distribuição das peças através de representantes. “Temos hoje cinco mil pontos de vendas da Feminize, entre lojas de multimarcas, moda íntima, revendedores, e mais de quarenta representantes”, conta.
Com quatrocentos funcionários e duzentas e cinquenta máquinas, a empresa possui duas lojas da marca. De acordo com Mota, os empreendedores dessa área devem trabalhar com pessoas com experiência. “É importante ter conhecimento, se informar, buscar bons parceiros para entrar nesse mercado. Nós fomos atrás de facção e representantes para entender desse ramo”.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
O Ceará é hoje um dos maiores produtores de confecção íntima do Brasil e vive um momento de grande competição entre as empresas já estabelecidas e aquelas que estão começando as atividades
NÚMEROS
R$ 200
mil é o valor necessário para montar uma fábrica de confecção
3.400
indústrias funcionam no Brasil, segundo dados da Abit
SERVIÇO
Liebe Lingerie – Fábrica
Onde: Rua Virgílio Brandão, 639, Autran NunesTel.: (85) 3535.3207
Site: http://www.liebelingerie.com.br/
Feminize Lingerie – Fábrica
Onde: Rua Doutor João Bezerra, 494, Centro Maranguape – CearáTel.: (85) 3341.4803
Site: http://www.feminize.com.br
Vanessa Freitas
vanessafreitas@opovo.com.br
As informações são de responsabilidade do autor:
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