O mercado do conserto
Técnicos de manutenção aproveitam a demanda de conserto em equipamentos eletrônicos para investir em um negócio próprio. Busca de independência financeira puxa esses novos empreendedores
Roberta Figueredo
robertafig@opovo.com.br
A mania de curiosidade de Carlos Eugênio Campos, na infância, o fez crescer montando e desmontando objetos e utensílios da casa dos pais para se divertir. E foi a partir daí que surgiu também a vontade de trabalhar com conserto de peças. Hoje, aos 40 anos, é proprietário de uma loja de reparo de celulares e aparelhos eletrônicos em Fortaleza.
Carlos Eugênio abriu o primeiro negócio há 12 anos. Vendia acessórios para aparelhos telefônicos. Ia caminhando, do bairro Bom Jardim até o Centro, para economizar o valor da passagem, com isso, adquiria peça por peça para montar o seu estoque. “Eu tinha, na loja, apenas uma peça de cada. Só quando acabava é que eu comprava mais,” lembra.
Depois de muito vender em casa, cresceu a divulgação entre os amigos e conhecidos, o que proporcionou uma clientela fixa. Era hora de mudar para um local maior. “Vendi o carro, fiz um curso de manutenção de eletrônicos e aluguei um espaço no estacionamento de um supermercado. Com o lucro, pude comprar uma moto”, conta.
Três anos após ter se fixado no local, a empresa pediu o ponto que estava alugado e Eugênio teve que sair. ‘’Diversas vezes, tive vontade de desistir por causa das dificuldades financeiras. Pensava que nunca ia dar certo,” comenta ele.
Em 2008, já com uma loja na rua Torres Câmara, o negócio começou a crescer e o microempresário conseguiu abrir uma filial. A esposa, Antônia Campos, 39, saiu do emprego de vendedora e foi ajudar o marido a administrar o empreendimento, que já emprega cinco pessoas.
Para Eugênio, é essencial fazer um bom curso, conhecer os fornecedores e usar apenas produtos originais para passar confiança aos clientes.
Quality Cell
Aos 16 anos, Cristiano Aragão, 25, fez um curso para aprender a consertar aparelhos eletrônicos. O irmão mais velho, Francisco André, saiu do emprego e os dois abriram uma loja. Após três anos de parceria, Cristiano resolveu investir sozinho e montou um quiosque em um shopping da Capital. Na época, pensou em desistir, até que em um bom momento do negócio, alugou um espaço e já tem planos para abrir uma filial em 2013.
Certificação
Formado em telecomunicações pelo Instituto Federal do Ceará (IFCE), Maurício Nunes, 34, trabalhava em uma fábrica de aparelhos celulares em Fortaleza, como técnico em manutenção, quando resolveu abrir sua própria empresa. “Saindo dali, eu vi a oportunidade de ganhar mais dinheiro e ser eu mesmo meu próprio chefe,” explica o microempresário, que no próximo ano, completa uma década de empreendedorismo.
Com aparelhos cada vez mais baratos e a crescente venda de importados, o mercado de conserto em celulares vem crescendo porque a demanda está aumentando. Estar bem preparado é fundamental para quem quer abrir um negócio. “Se você quer aumentar as suas chances de sucesso, procure cursos, livros, sites, blogs e toda e qualquer fonte de informação disponível sobre a área em que você pretende atuar” ensina o palestrante de empreendedorismo Fábio Pinheiro, 45.
Maurício fez cursos em Porto Alegre, Recife e São Paulo. Já ministrou aulas de conhecimento técnico em manutenção de celulares e empreendedorismo para alunos de escolas públicas e universitários. Segundo ele, a clientela só se torna fixa quando há confiança no trabalho do técnico, pois, a partir das experiências passadas e do currículo do funcionário, as pessoas vão acreditar no serviço. “Nesse meio, há muita gente desonesta e a credibilidade pode definir quanto você vai receber no final do mês,” afirma.
Como
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Abrir um negócio não é tarefa fácil, exige do candidato a empresário muita dedicação. Estudar a área em que quer atuar e ter um certificado são fundamentais para abrir uma loja de conserto em aparelhos celulares.
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