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O Ceará é referência no humor, com uma enorme diversidade de humoristas e casas de show que recebem turistas e cearenses, gerando empregos, aumentando o consumo e movimentando a economia. “O humor tem cinco casas com estrutura grande em Fortaleza. Por mês são 5.000 pessoas só na minha casa”, comenta o humorista Lailtinho Brega, presidente da Associação Cearense do Humor e produtor de shows.
Valéria Vitoriano é a Rossicléa há quase 24 anos. E além de humorista, é produtora de shows. Segundo ela, o mercado está continuamente mais competitivo: “Está cada vez mais acirrado, pois tem muita gente querendo fazer humor porque viu um humorista fazendo. Estamos expostos a isso, brigando com pessoas que não têm qualificação”.
A produtora explica que não dá pra mensurar o investimento médio que é feito na produção dos eventos, pois cada humorista tem gastos diferentes com funcionários, impostos, equipamento de som, assessoria, entre outros custos. “Cada um tem seu preço. O mercado e até o próprio sindicato tem um teto e um piso pra cada ação específica e depende da visibilidade no mercado nacional”, comenta.
Quanto aos shows, Valéria diz que ano passado fez 197 apresentações. E ela analisa as transformações que o mercado sofreu: “Vem mudando dessa forma: acirrando a concorrência. Mas existe um afunilamento. Só permanece o que é bom”, conclui.
Para Lailtinho Brega, o mercado mudou consideravelmente: “O humor não é mais apenas cultural. Saímos da função cultural e estamos numa entidade turística. Hoje o maior divulgador do Ceara é o humor”. Para ele, exatamente por esse motivo, é importante que o Estado também invista no setor.
Segundo pesquisa realizada entre 2009 e 2010 para o projeto Localizador Cultural, feito pela professora Sandra Maciel, foram catalogados 45 humoristas em Fortaleza, mas estima-se um total de 900 profissionais na capital, entre humoristas iniciantes, de nível intermediário e avançado.
De acordo com Sandra, os cachês dos artistas são variados, mas se admite um mínimo de R$ 250 por hora, sendo que um artista de renome pode cobrar até R$ 5.000 por 3 horas.
A pesquisadora afirma que o Sindicato dos Humoristas do Estado do Ceará (Sindihumor) iniciou processo junto ao Ministério do Trabalho para reconhecer a profissão. Enquanto isso, os humoristas baseiam-se na tabela de preços das artes cênicas, na qual o piso é de R$ 129 por hora.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
O mercado de shows no Ceará tem crescido, mas sofre com a falta de infraestrutura e de investimentos em capacitação de profissionais. No caso do humor, movimenta 2 milhões de expectadores por ano no Estado.
Serviço
Localizador cultural
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