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Cultura
Em outubro deste ano, quando a bielorrussa Svetlana Alexievich foi anunciada como vencedora do Prêmio Nobel de Literatura, o universo cultural foi pego de surpresa. Não é todo dia que uma mulher não-ficcionista é agraciada com o mais importante reconhecimento literário do planeta. Em 114 anos de história, apenas 14 mulheres receberam o prêmio, entre elas a canadense Alice Munro (em 2013), a austríaca Elfriede Jelinek (em 2004), e a sul-africana Nadine Gordimer (em 1991).
Svetlana recebeu o Nobel “pela sua escrita polifônica, monumento ao sofrimento e à coragem na nossa época”. Apesar de ser reconhecida como uma das grandes jornalistas e cronistas da atualidade, nenhum de seus seis livros foi publicado no Brasil. Para 2016, a Companhia das Letras anunciou a tradução de quatro de suas obras, entre elas Vozes de Chernobyl, uma pungente coleção de depoimentos de sobreviventes do acidente nuclear.
“Eu sempre fui consciente de que, como homem, o mundo nos favorece em vários aspectos. No mundo editorial, não é diferente, e sei que mulheres encontram bem mais dificuldades para serem publicadas, simplesmente pelo fato de serem mulheres”, explica Gabriel Fraga, do site Tapioca Mecânica. Segundo ele, o Leia Mulheres é importante por gerar um espaço de discussão que vai ultrapassa o âmbito literário: “sinto que o projeto ajuda a trazer o assunto das injustiças do mundo editorial. Lá falamos de livros, mas também falamos de feminismo e muitas outras coisas”.
No Brasil, os prêmios literários mais importantes do ano contemplaram mulheres. Aos 73 anos, a escritora paulista Maria Valéria Rezende venceu o prêmio Jabuti na categoria Romance com seu Quarenta Dias. A estreante Carol Rodrigues, de 30 anos, recebeu o troféu por Sem Vista para o Mar na categoria de Contos e Crônicas. O Prêmio Biblitoeca Nacional elegeu Turismo para Cegos, da cearense Tércia Montenegro, como melhor romance do ano, e o Prêmio Sesc de Literatura escolheu duas mulheres, Marta Barcellos e Sheyla Smanioto, como as melhores escritoras do ano nas categorias Conto e Romance.
O ano, ao que parece, é das mulheres. (Jáder Santana)
Números
14
Prêmio Nobel de Literatura
Em 114 edições, apenas 14 mulheres venceram o Prêmio Nobel de Literatura. A última delas foi a bielorrussa Svetlana Alexievich, em outubro deste ano.
5
Academia Brasileira de Letras (ABL)
Das 40 cadeiras da ABL, apenas 5 são ocupadas por mulheres: Ana Maria Machado, Lygia Fagundes Telles, Nélida Piñon, Rosiska Darcy de Oliveira e Cleonice Berardinelli
1
Festa Literária Internacional de Parati
Nas treze edições da Flip, a festa literária mais importante do País, apenas uma escritora foi homenageada: Clarice Lispector. Em 2016, a poetisa Ana Cristina Cesar será celebrada.
25%
Livros publicados no Brasil
Dos livros publicados no País entre 1990 e 2004, apenas 25% foram escritos por mulheres. Os dados são do livro Literatura Brasileira Contemporânea: Um Território Contestado
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