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José Roosevelt Cavalcante
zerusocaval@gmail.com
Médico ginecologista da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand
(UFC/Ebserh)
“Há mais de 3 mil anos, a doença é conhecida da profissão médica. E por mais de 3 mil anos a humanidade bate à porta da profissão médica pedindo uma cura”. Estas desesperadas frases foram publicadas na Revista Fortune em 1937. Quanto tempo mais a humanidade tem que esperar? O tipo de câncer que mais acomete e mata mulheres no mundo é o de mama. De fato, pouco sucesso se obteve com relação a tratamentos que curem. Diante disso, começamos a olhar para outro ângulo: as causas. Robert Burton, em 1893, já dizia que “as curas podem ser imperfeitas e não servirem para nada enquanto as causas não tiverem sido pesquisadas”.
São reconhecidos vários fatores de risco e uma possível origem viral para o câncer de mama tem sido aventada. Por que não? O Linfoma de Burkitt está associado ao vírus EBV, uma das causas do câncer hepático é o vírus da hepatite C e o câncer de colo uterino tem no Papilomavirus Humano (HPV) o seu maior fator de risco. Na Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac) conheço de perto o colo uterino e sua relação com o HPV desde 1985. Sempre me intrigou o papel deste vírus: por que só no colo uterino? Há cerca de cinco anos, li um artigo de uma cientista italiana (Di Lonardo, A.) que encontrou o DNA do HPV em 29,4% das amostras de câncer mamário pesquisadas. Alguns pesquisadores confirmaram tais achados e outros não. Ciente das controvérsias, decidi tentar contribuir partindo do seio da Universidade Federal do Ceará (UFC) que não tinha dado, ainda, sua palavra sobre o assunto.
Essa tornou-se a principal linha de minha pesquisa de Doutorado, com apoio dos professores Luiz Gonzaga Porto Pinheiro, Cristiane Cunha Frota e Carlos Augusto de Alencar Júnior. Os casos foram selecionados entre pacientes da Meac, contei com a adesão do departamento de Patologia e Medicina Legal da UFC e, para os casos de mamas normais que serão utilizadas como controles, também tive a parceria do Laboratório Biopse.
Iniciada em 2014, a primeira de duas fases está sendo concluída. O DNA do HPV foi detectado em 39,63% dos 111 casos de câncer analisados. Agora, todas as amostras (e não só as positivas) passarão pela identificação do tipo de HPV encontrado, nossa principal pergunta, visto que não há estudos locais anteriores. E se novas pesquisas desta natureza fortalecerem os presentes achados, surge a esperança de que vacinas já em uso contra o HPV possam, também, prevenir o câncer de mama e que num futuro não muito distante o número de vidas dizimadas por ele diminua.
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