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As histórias de vida têm capítulos dos mais diversos, mas todos estão à espera do que pode ser chamado e vivido de família. No Ceará, 77 crianças e adolescentes fazem parte do Cadastro Nacional de Adoção (CNA). São 45 na Capital, aponta o Núcleo de Atendimento da Defensoria à Infância e Juventude (Nadije). Eles fazem parte de uma lista de 29.886 pretendentes no Brasil. Os números não se encaixam. Por quê tanta espera se existem tantas vontades de ampliar a família?
A resposta castiga a realidade da adoção no País: a preferência continua sendo por crianças mais novas, principalmente dos 0 aos 3 anos, justamente o perfil minoritário. Em Fortaleza, 71% dos 371 pretendentes a adotar (o total no Ceará é 456) querem crianças de 0 a 2 anos, segundo o Nadije. As crianças nessa faixa etária aptas a serem adotadas na Capital só chegam a seis. Para os que têm mais de 10 anos, não existe um só pretendente. A cada apto a ser adotado em Fortaleza existem 8,2 pretendentes.
O defensor público Tibério Melo, do Nadije, indica três principais fatores do fosso entre a quantidade de aptos a serem adotados e pretendentes: o perfil de preferência, a morosidade da Justiça e, por consequência, a busca por uma adoção fora do cadastro, que ainda ocorre. Nas Varas da Infância e Juventude da Capital foram julgados 12 processos de adoção até agosto deste ano. Em 2012, foram 84 processos. Para conseguir adotar, o interessado passa por uma habilitação, com entrevistas e visitas.
Humberto Mello, coordenador da Casa Abrigo, que acolhe crianças de 0 a 12 anos, indica que seis crianças (0 e 7 anos) da entidade estão aptas a serem adotadas. Entre elas, uma menina que ainda não completou três meses e já está em processo de adoção. O bebê foi abandonado nas ruas de Fortaleza.
Humberto lembra que a luta de quem acolhe é pela tentativa de vinculação com a família. Quando esse passo falha, há a destituição do poder familiar e encaminhamento para adoção. O trabalho é para que a criança não fique na espera durante muito tempo, uma vez que a possibilidade de adoção cai vertiginosamente com um avançar mínimo da idade. “Adoção é amor ao outro”, resume.
Para Domingos Abreu, professor de Sociologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e autor do livro No bico de cegonha - Histórias da adoção e da adoção internacional do Brasil, o sistema está mais eficiente com o CNA e a nova lei (12.010, 8/2009). Segundo ele, o prazo de dois anos para a tentativa de retorno à família dá uma dinâmica diferente ao processo. “Não elimina que as crianças cresçam no abrigos, mas diminui”. Na opinião dele, as consequências da lei ainda serão sentidas. Para além da lei, a relação com o outro e com o amor que pode ser compartilhado e construído é essencial na mudança do cenário da adoção no Brasil, onde cada número representa uma criança, um pai, uma mãe, uma família em potencial.
Serviço
Mais informações sobre o processo de adoção
Fórum Clóvis BeviláquaTelefone: 3278 1128
Para saber mais sobre a Adoção Internacional:http://migre.me/gaN3E
Resumo da série
Quase 500 crianças e adolescentes vivem em abrigos em Fortaleza, à espera da reinserção na família biológica ou encaminhamento para adoção. Perfil de preferência dos pretendentes a adotar ainda compromete o sonho de formar uma família para os dois lados.Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
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