[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive] A vinda da Fiocruz para o Ceará | O POVO
Artigo 13/01/2013

A vinda da Fiocruz para o Ceará

"Ao longo dos seus 112 anos de existência, o trabalho da Fiocruz não se limitou à cidade do Rio de Janeiro."
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A Fiocruz homenageia o médico brasileiro Oswaldo Cruz
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Ao retornar da Europa, Oswaldo Cruz, pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da Medicina experimental no Brasil, encontrou o porto da cidade de Santos assolado por uma violenta epidemia de peste bubônica. Logo envolveu-se no combate à doença. Para produzir o soro antipestoso, foi criado, em 25 de maio de 1900, o Instituto Soroterápico Federal, que posteriormente passou a denominar-se Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos (referência à antiga Fazenda de Manguinhos, onde fica sua sede). Em 19 de março de 1918, em homenagem a Oswaldo Cruz, passou a chamar-se Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz)

Ao longo dos seus 112 anos de existência, o trabalho da Fiocruz não se limitou à cidade do Rio de Janeiro. Muito menos à produção de vacinas, mas também à pesquisa e ao tratamento de doenças tropicais como tripanossomíase africana, tuberculose, dengue, leishmanioses, malária, esquistossomose, doença de Chagas, lepra e filariose linfática. Essas doenças fazem parte de um grupo de moléstias classificadas pela Organização Mundial de Saúde como Doenças Negligenciadas, devido ao fato de serem típicas de regiões pobres do mundo, como o Brasil; e não manifestarem interesse das grandes companhias farmacêuticas em desenvolverem medicamentos para combatê-las.

 

Atualmente, há em execução na Fiocruz, mais de mil projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, nas áreas de Medicina tropical, Aids, hepatites, além de outros temas ligados à saúde coletiva (entre os quais a violência e as mudanças climáticas) e à história da ciência. A Fiocruz orgulha-se de ser a principal instituição não universitária de formação e qualificação de recursos humanos para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para a área de ciência e tecnologia no Brasil. Possui 18 programas de pós-graduação stricto sensu em diversas áreas, uma escola de nível técnico e vários programas lato sensu. A Fiocruz tem 17 unidades técnico-científicas, sendo 11 localizadas no Rio de Janeiro, cinco em outros estados brasileiros e uma unidade em Maputo, capital do Moçambique.

 

Desde fevereiro de 2009, a Fiocruz mantém um escritório técnico-científico no Ceará, com a finalidade de promover a estruturação das ações da Fundação no Estado, como a construção da futura sede, que será instalada no Polo Industrial e Tecnológico da Saúde do Ceará, no município de Eusébio, em um terreno de 10 hectares, cedido pelo governo estadual. No orçamento federal de 2012, foram destinados R$ 20 milhões para o polo, além de R$ 150 milhões autorizados para o empreendimento durante o triênio 2013/2015 – R$ 50 milhões por ano. Pelo cronograma apresentado, as obras físicas terão início no primeiro trimestre de 2013 e conclusão, até o fim de 2015. O projeto prevê a construção de um prédio de gestão e ensino com 13 mil metros quadrados de área e 23 salas de aula com capacidade para 560 alunos; um prédio de pesquisa (15 mil m², 15 laboratórios, dois deles de nível de biossegurança 3); e um prédio de infraestrutura, com auditório para 300 lugares, anfiteatro e praça.

 

A implantação da Fiocruz/Ceará será um fator preponderante para o desenvolvimento científico regional, ampliando a geração de conhecimento e tecnologias capazes de melhorar a saúde da população. Um dos exemplos disso é a instalação da fábrica de vacinas Bio-manguinhos no Ceará, primeira fábrica de vacinas da Fiocruz, fora do Rio de Janeiro, que permitirá, além de desenvolver o setor de biotecnologia do Ceará, promover a integração entre academia e indústria. Isso fomenta a consciência, já bem estabelecida nos Estados Unidos e na Europa, de que, mesmo com objetivos aparentemente antagônicos, as empresas evoluem a passos largos quando têm acesso à pesquisa. E esta, muitas vezes, só atinge seus objetivos com os auxílios provenientes das empresas.

 

Alessandro Rodrigues

Biólogo com Doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Pós-doutorando na Faculdade de Medicina da Universidade de Lausanne (Suíça)

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