[an error occurred while processing this directive][an error occurred while processing this directive]
“Você é voluntária aqui?” Não. “Por quê?” Acho porque só agora estou conhecendo vocês. E também não posso. “Por quê?”. Ia falar à menininha de jeito tímido e gestos contidos que a falta de tempo me impedia de dividir com ela e com as outras crianças algumas horas da minha época. Mas relutei. Naquele momento, considerei injusto falar-lhe com penúria de um tempo que, por duas horas, ela valorizou com sorrisos e palavras de confiança. A pergunta dela desencadeou em mim uma busca inglória por justificativas aceitáveis (por ela). Diante do silêncio, a garota de 10 anos fez estremecer a razão, até então inquestionável. “A tia disse que você só precisa vir quatro horas... volta”.
No Projeto Menina dos Olhos de Deus, a criança que simplifica a solidariedade é uma das 13 atendidas. O local recebe meninos e meninas vítimas de violência. Boa parte de seus colaboradores são voluntários. Todos com início efetivo em 2012, como a cozinheira da casa, Laís Maria Maciel, 61. “Decidi que iria colaborar um pouco que fosse para transformar a vida de outras pessoas. Estar aqui também me faz sentir útil”, resume a aposentada. Assim como foi para Laís, 2012 teve gosto de doação fraterna para muita gente. Pessoas que resolveram aderir ao voluntariado ou dedicar-se com mais afinco ao compromisso assumido em anos anteriores, para “no fundo, fazer bem a si próprio”, a exemplo de Laís.
Segundo o coordenador da Associação Viva e Deixe Viver Ceará, Alex Ferreira, é cada vez maior o número de pessoas que buscam o voluntariado. A Associação, com unidades em vários estados brasileiros, treina pessoas para lidar com crianças e adolescentes internados nos hospitais. “As pessoas têm procurado ajudar o outro até para entender as próprias dores, porque é esse o maior retorno. O sorriso do outro é o próprio bem”, entende.
Para o diretor do Hospital Infantil Albert Sabin, Walter Frota, a convivência das crianças com câncer com os voluntários é sinônimo de alegria, esperança, conforto e evolução no tratamento: “É bonito vê-los cuidando das crianças. Eles também dão força às famílias, tão fragilizadas. O resultado a gente sente na vontade de viver que eles deixam em cada uma delas”.
Todos possuímos esse espírito de fraternidade, mas é principalmente em dezembro que ele emerge com mais força no coração das pessoas, afirma a diretora da Associação Peter Pan, Olga Maia. “E não é para ser assim. É preciso disposição para cuidar do outro o ano inteiro. A cidade que fica mais bonita, as luzes que se acendem, a solidariedade que aumenta em dezembro devem continuar também nos outros meses. Muita gente só precisa de um sorriso e poucas horas do outro para continuar acreditando na vida”, aconselha.
O Ciência & Saúde deste domingo traz os benefícios do voluntariado por histórias de quem o experimentou fortemente neste ano. A garotinha do Projeto Menina dos Olhos de Deus já ensinava que o valor das “só quatro horas” por semana está nos sorrisos de superação de quem se beneficia com o voluntariado e na reflexão que cada riso provoca em quem se entrega à atividade.
Erro ao renderizar o portlet: Caixa Jornal De Hoje
Erro: maximum recursion depth exceeded while calling a Python object
Erro ao renderizar o portlet: Barra Sites do Grupo
Erro: <urlopen error [Errno 110] Tempo esgotado para conexão>
Copyright © 1997-2016