Reunião vai discutir "rolezinho" nos shoppings de todo o País
Os "rolezinhos" atraem centenas de jovens a shoppings. Eles entram pacificamente nos espaços; depois, costumam promover correrias
A Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) promoverá hoje à tarde uma reunião de emergência com representantes dos estabelecimentos para discutir os “rolezinhos” na Grande São Paulo. Para este fim de semana, estão previstos quatro ”rolezinhos” na Região Metropolitana paulistana: JK Iguatemi, Metrô Tatuapé, Center Norte, em Santana (Zona Norte da capital), e Grande Plaza, este em Santo André.
A intenção da entidade é discutir medidas de segurança para lidar com os eventos. Marcados pelas redes sociais, os ”rolezinhos” atraem centenas de jovens a shoppings. Eles entram pacificamente nos espaços; depois, costumam promover correrias. A cada dois meses, a associação marca um encontro com oito membros para tratar da segurança dos locais. Nesta quarta-feira, porém, a reunião terá representantes de todos os estabelecimentos filiados à entidade, cerca de 40 só na cidade de São Paulo. ”Isso nunca aconteceu, ninguém tem uma fórmula mágica. Nenhum shopping center está preparado para receber duas mil pessoas de repente, sejam eles jovens ou anciões”, afirmou Luiz Fernando Veiga, presidente da Abrasce.
No sábado passado, seis centros comerciais conseguiram liminares para coibir os eventos. Juízes determinaram multa de R$ 10 mil para quem for flagrado em tumultos. Veiga, porém, declara que a decisão de entrar na Justiça é uma “decisão empresarial de cada shopping”.
Correria e furtos
O fenômeno dos “rolezinhos” surgiu no ano passado como uma forma de jovens de periferia de buscar diversão nos centros de compras, em eventos marcados pelo Facebook. Alguns deles tiveram correria e furtos.
Os encontros viraram tema até de reunião no Palácio do Planalto. A presidente Dilma Rousseff surpreendeu ontem a sua equipe ao convocar uma reunião para tratar dos ”rolezinhos”. O Governo está preocupado com o potencial do movimento de se multiplicar.
As ações judiciais para impedi-los gera polêmica. Quem é a favor diz que a manifestação leva medo aos demais frequentadores. Quem é contra alega que a medida é discriminatória e impede o direito de ir e vir. No sábado passado, a Polícia Militar paulista usou bombas de gás para dispersar os jovens de um ”rolezinho” no shopping Metrô Itaquera. (da Folhapress)
Saiba mais
Só em São Paulo, há ao menos quatro rolezinhos programados para o próximo fim de semana em áreas como Tatuapé e Santana. Outro deve ocorrer no Parque do Ibirapuera.
"Não abrimos mão da nossa imagem de lugar seguro e confortável", diz Luiz Fernando Veiga, presidente da Abrasce. Em Campinas, a Justiça não aceitou o pedido para impedir o evento em dois shoppings, mas determinou que houvesse reforço policial.
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